Muito legal, adorei sua empolgação e sinceridade. Não conheço todas, vou começar pela Ana Martins Marques, que eu leio pouca poesia e penso em mudar isso.
Amei a lista. Mas discordo do raciocínio quanto à se referir às autoras pelo primeiro nome. Nao sei se é porque estudei em colégio militar, mas acho o tratamento pelo sobrenome uma forma de diminuição ou apagamento do indivíduo e enquadramento do coletivo ou submissão ao que lhe é superior. Isso fica bem claro nas culturas em que a mulher casada substitui o sobrenome da mãe pelo do marido e passa a ser tratada como "senhora fulano de tal" ou seja ela não é mais ela, ela é a "senhora" de um "senhor". No O Conto da Aia por exemplo, essa forma de apagamento fica bem explícita como uma forma de violência psicológica onde a aia não existe como pessoa, mas como propriedade de alguém, quando substituiem seus nomes próprios por of + o primeiro nome de seus comandantes.
Além do mais, não creio que se ajustar à uma forma de tratamento formal seja a pretensão de nenhuma dessas autoras
, quando, a despeito do coletivo predominantemente masculino, decidiram ser escritoras. Acho mesmo que na verdade é justamente o contrário disso. Todas elas à seu tempo e maneira quebraram padrões pré estabelecidos. O que, com certeza, contou para elas estivessem nessa e em outras tantas listas.
Mas pensando bem, o seu questionamento me fez pensar. Talvez haja mesmo uma certa injustiça, afinal... Por que trato meus autores favoritos e amados com tanta formalidade? Depois de tantos anos de leitura, tantas páginas lidas e relidas, marcadas pelo manuseio, rabiscadas por epifanias e grifos trêmulos, manchadas de xícaras de café e taças de vinhos transbordantes, o mínimo que se pode esperar é uma certa estreiteza na relação. Neste caso é até deselegante tratá-los com tanto rigor formal. A partir de agora vou me referir a Machado de Assis como Joaquim Maria. De fato, me sinto tão íntima, tão próxima dele que posso até chamá-lo de Joca, sem nenhum peso na consciência😁🥰
caramba, vc q tinha um blog chamado "liberal, libertino e libertário" milianos atrás? 😆 faz tempo, né 🙃 e gostei muito da lista!
tinha sim. :) entre 2004 e 2011. :)
a gente conversou um tanto naquela época! o meu blog era o santissima.
Muito legal, adorei sua empolgação e sinceridade. Não conheço todas, vou começar pela Ana Martins Marques, que eu leio pouca poesia e penso em mudar isso.
ela é sensacional!
Que lindo, Alex. Fiquei emocionada com a lista. Amo a maioria destas mulheres <3
Amei a lista. Mas discordo do raciocínio quanto à se referir às autoras pelo primeiro nome. Nao sei se é porque estudei em colégio militar, mas acho o tratamento pelo sobrenome uma forma de diminuição ou apagamento do indivíduo e enquadramento do coletivo ou submissão ao que lhe é superior. Isso fica bem claro nas culturas em que a mulher casada substitui o sobrenome da mãe pelo do marido e passa a ser tratada como "senhora fulano de tal" ou seja ela não é mais ela, ela é a "senhora" de um "senhor". No O Conto da Aia por exemplo, essa forma de apagamento fica bem explícita como uma forma de violência psicológica onde a aia não existe como pessoa, mas como propriedade de alguém, quando substituiem seus nomes próprios por of + o primeiro nome de seus comandantes.
Além do mais, não creio que se ajustar à uma forma de tratamento formal seja a pretensão de nenhuma dessas autoras
, quando, a despeito do coletivo predominantemente masculino, decidiram ser escritoras. Acho mesmo que na verdade é justamente o contrário disso. Todas elas à seu tempo e maneira quebraram padrões pré estabelecidos. O que, com certeza, contou para elas estivessem nessa e em outras tantas listas.
Mas pensando bem, o seu questionamento me fez pensar. Talvez haja mesmo uma certa injustiça, afinal... Por que trato meus autores favoritos e amados com tanta formalidade? Depois de tantos anos de leitura, tantas páginas lidas e relidas, marcadas pelo manuseio, rabiscadas por epifanias e grifos trêmulos, manchadas de xícaras de café e taças de vinhos transbordantes, o mínimo que se pode esperar é uma certa estreiteza na relação. Neste caso é até deselegante tratá-los com tanto rigor formal. A partir de agora vou me referir a Machado de Assis como Joaquim Maria. De fato, me sinto tão íntima, tão próxima dele que posso até chamá-lo de Joca, sem nenhum peso na consciência😁🥰