Mais: qual é a relação entre o dramaturgo norueguês Henrik Ibsen e sua peça "O inimigo do povo" e as catástrofes naturais de Porto Alegre e Nova Orleans?
Acredito que aqui seja possível um paralelo entre seus últimos 2 textos: sobre abuso de herdeiros e sobre o aborto.
Há uma discussão entre grupos sobre onde se inicia a vida. Se é no embrião, a partir de X semanas, se é antes, se é no momento do parto, e a resposta a essa pergunta define muito do posicionamento sobre a legalidade ou não do aborto.
Quanto ao outro extremo não há dúvidas. A morte é bem clara, discute-se o início da vida, mas há um consenso sobre onde ela se encerra. Então ao morrer o artista deixa de existir. Não existe mais alguém para desrespeitar ou respeitar. Pode-se desrespeitar alguns vivos ao se desrespeitar a memória que eles têm do falecido, mas não o falecido em si. Assim como não se pode desrespeitar o Mickey Mouse ou o Harry Potter, pois eles não existem em um plano para receber o desrespeito.
O que quer que seja feito com a obra de um artista não é como abaixar as suas calças, ou se é, é como abaixar as calças de um defunto. Enquanto o artista é vivo ele tem um CPF, direitos e pode destruir sua obra à revelia do público e decidir o que mais quiser. Uma vez que morre, suas opiniões e preferências deixam de existir.
Ah, mas se seu filho quiser lutar pela obra do pai ele pode... o filho, enquanto vivo, pode fazer o que qualquer outro vivo pode fazer, e vai ter os direitos de todos os vivos e usá-los como quiser, somado aos direitos de herdeiro sobre o patrimônio das obras.
As questões legais e burocráticas sobre herança e direitos autorais são de e para os vivos, como toda a lei. As leis sobre o que se pode fazer com corpos e orgãos de quem morreu também é sobre e para os vivos. Pois os vivos que se ressentem ou regozijam com o que é feito a um cadáver. Alguns vivos com opiniões mais fortes e lutam mais ferozmente para que suas opiniões sejam traduzidas em leis.
Nesse sentido, na minha visão, não há desrespeito possível à opiniões ou desejos de quem não existe mais.
Acredito que aqui seja possível um paralelo entre seus últimos 2 textos: sobre abuso de herdeiros e sobre o aborto.
Há uma discussão entre grupos sobre onde se inicia a vida. Se é no embrião, a partir de X semanas, se é antes, se é no momento do parto, e a resposta a essa pergunta define muito do posicionamento sobre a legalidade ou não do aborto.
Quanto ao outro extremo não há dúvidas. A morte é bem clara, discute-se o início da vida, mas há um consenso sobre onde ela se encerra. Então ao morrer o artista deixa de existir. Não existe mais alguém para desrespeitar ou respeitar. Pode-se desrespeitar alguns vivos ao se desrespeitar a memória que eles têm do falecido, mas não o falecido em si. Assim como não se pode desrespeitar o Mickey Mouse ou o Harry Potter, pois eles não existem em um plano para receber o desrespeito.
O que quer que seja feito com a obra de um artista não é como abaixar as suas calças, ou se é, é como abaixar as calças de um defunto. Enquanto o artista é vivo ele tem um CPF, direitos e pode destruir sua obra à revelia do público e decidir o que mais quiser. Uma vez que morre, suas opiniões e preferências deixam de existir.
Ah, mas se seu filho quiser lutar pela obra do pai ele pode... o filho, enquanto vivo, pode fazer o que qualquer outro vivo pode fazer, e vai ter os direitos de todos os vivos e usá-los como quiser, somado aos direitos de herdeiro sobre o patrimônio das obras.
As questões legais e burocráticas sobre herança e direitos autorais são de e para os vivos, como toda a lei. As leis sobre o que se pode fazer com corpos e orgãos de quem morreu também é sobre e para os vivos. Pois os vivos que se ressentem ou regozijam com o que é feito a um cadáver. Alguns vivos com opiniões mais fortes e lutam mais ferozmente para que suas opiniões sejam traduzidas em leis.
Nesse sentido, na minha visão, não há desrespeito possível à opiniões ou desejos de quem não existe mais.