Viver minha vida e amar meus amores: eu, aos 51
Uma carta de aniversário. Só para pessoas leitoras fofoqueiras. As demais, por favor, circulando.
Hoje é meu aniversário de 51 anos. Como faço quase todo ano, esse é meu balanço anual. Só para pessoas leitoras fofoqueiras. (Se não for seu caso, por favor, pare de ler agora.)
Gosto de escrever essas cartas de aniversário. Acho que nós, enquanto sociedade, paramos pouco para pensar em quem somos, como agimos, o que queremos. E, por isso, acabamos vivendo vidas vazias, corridas, ocupadas, não-refletidas.
(Estou citando aqui a Apologia de Sócrates, de Platão, um daqueles livros que, sim, todo mundo precisa ler uma vez na vida e que é surpreendentemente acessível.)
(Foto by Ana Lima Cecílio, uma das pessoas que mais amo na vida, que mais entende de literatura no Brasil, e cuja nova newsletter você deveria ler.)
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Uma despedida do zen
Ano passado, a carta de aniversário foi belíssima. Eu tinha realizado um sonho: estava indo morar e administrar meu velho templo zen, onde eu e Esposa iríamos facilitar meditação e cuidar das participantes.
Os primeiros seis meses de 2024 foram todos pautados por essa aventura.
Que se desfez em julho.
Infelizmente, não posso dar mais detalhes: não faz muito tempo, um abusador de mulheres (e comedor de casadas) me processou por calúnia e difamação e prefiro evitar um novo processo. Basta dizer que me desiludi terminalmente com quase todas as pessoas que conheci no zen-budismo brasileiro. Não estou mais associado a nenhuma pessoa, sanga, ou organização dentro do zen-budismo brasileiro. Mais importante, não recomendo, endosso, apoio nenhuma pessoa, sanga, ou organização dentro do zen-budismo brasileiro.
Continuo trilhando o caminho do darma, pois não conseguiria existir de outra forma, mas, dessa vez, infelizmente, de forma menos comunitária, acompanhado somente da Esposa e de poucas amigas. Quando sair uma nova edição do meu livro Atenção., todas as referências ao meu velho templo serão retiradas.
Essa subseção tinha vários “infelizmente”. Cortei muitos e ainda sobraram dois. Ficam aí, de lembrete e de epitáfio.
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Casa nova, vida nova
O resto do ano foi de readaptação a uma nova realidade.
Tínhamos nos mudado para um novo apartamento em dezembro de 2023. (Infelizmente — olha aí mais um — tivemos azar com casas nos últimos anos, ocasionando várias mudanças.) Mas, então, na sequência dessa última mudança, em janeiro de 2024, surgiu a oportunidade de ir morar no templo. Nunca chegamos a efetivamente morar lá: passamos os primeiros seis meses de 2024 apenas tentando tornar o templo habitável. Enquanto preparávamos o templo, porém (ou seja, vivendo em prol do futuro), não estávamos efetivamente habitando a casa que seria apenas transitória (ou seja, ignorando o momento presente).
Em julho de 2024, finalmente, passamos de arrumar uma casa para arrumar outra. Agora, moramos no Jardim Botânico, em um apartamento emprestado, em um dos bairros mais bonitos, arborizados, elitizados do Rio de Janeiro, entre o Parque Lage e Jardim Botânico, a dois minutos da Lagoa Rodrigo de Freitas.
Para a Esposa, foram meses de se jogar em definitivo na nova carreira. Agora, transição completa, caminhos oficialmente mudados, a advogada está morta!, viva a dançarina!
(A dançarina e o escritor. Vejam só vocês. Uma dupla mais artística, impossível. Mais quebrada, idem. Morando de favor, mas muito, muito felizes. Como eu amo essa mulher.)
Quanto a mim, se ela se jogou na dança, eu me joguei na literatura.
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2010-20: minha década de desenvolvimento pessoal
Lá no passado remoto, entre 2002 e 2011 — depois de quebrar minha empresa e, especialmente, nos anos em que mantive um blog popular e graças a ele fiz mestrado e doutorado em Letras no exterior — mergulhei forte na literatura.
A volta para o Rio, em 2011, funcionou como um corte: eu já não era mais aquela pessoa da década anterior.
Por um lado, eu já tinha começado a praticar zen em Nova Orleans e, por influência dele, estava começando a abraçar o desafio de tentar viver com menos vaidade e menos autocentramento. Não estou dizendo que tive sucesso, por favor, mas mudanças aconteceram: por exemplo, ser artista exige uma certa ânsia por aparecer e por autoexpressão que eu já não sentia mais.
Ao mesmo tempo, para sobreviver, comecei a escrever para o portal PapodeHomem, onde tanto o site quanto seu público eram mais receptivos a textos de desenvolvimento pessoal que ficção.
Olhando em retrospecto, na década de 2010 eu me preocupei menos em fazer arte e criar literatura (ou seja, escrever coisas que nunca aconteceram com pessoas que nunca existiram) e mais em refletir “como viver” (ou seja, acabei virando um escritor sobre budismo e desenvolvimento pessoal).
Não me arrependo: traduzi e anotei a Autobiografia do Poeta-Escravo (2015), escrevi e publiquei Outrofobia (2015) e Atenção. (2019), e escrevi quase todo O Livro das Prisões —ainda falta só o finalzinho. Além disso, vivi em comunidade em um templo zen em Copacabana e viajei o Brasil inteiro fazendo encontros Prisões: Atenção, conhecendo todas as regiões desse nosso país continental.
Foi a minha década... zen? Desenvolvimento pessoal? Quase coach? Sei lá. Vocês me contam.
Mas senti falta de viver intensamente a literatura.
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2020-?: uma nova década literária?
Em 2020, preso em casa pela pandemia, sem poder fazer meus eventos presenciais de atenção e desenvolvimento pessoal, pensei: o que posso ganhar a vida fazendo à distância?
E, de fato, a única coisa que me treinei pra fazer, no mestrado e no doutorado, foi ensinar literatura.
Meu primeiro curso, ainda em 2020, Introdução à Grande Conversa, foi um enorme sucesso – quase 400 pessoas alunas – e não parei mais. Um curso foi levando ao outro e, hoje, na Grande Conversa Medieval, já estou no 7º. (As mecenas do Plano Cursos têm acesso a todos os meus cursos, passados, presentes, futuros.)
Enquanto isso, meus posts sobre a Grande Conversa Brasileira no Twitter me geraram um convite para escrever na Folha de S.Paulo. As resenhas na Folha geraram convites para escrever na 451 e Revista Pernambuco.
Escrever para esses veículos aumentaram minha visibilidade no mundo literário e já mediei eventos da Editora 34 e do SESC SP.
Por fim, a empolgação de estar de novo lendo, ensinando, escrevendo sobre literatura me fez querer voltar para a universidade e, atualmente, sou mestrando do Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas da UFRJ.
(Em tempo: meu mestrado em Tulane, Nova Orleans, não é validável no Brasil pois não teve dissertação. Lá, como planejam fazer aqui em breve, você pode ser “promovido” do mestrado para o doutorado sem precisar defender nada. O problema desse método é que se a pessoa não defende o doutorado, como no meu caso, ela fica sem nada – não que eu esteja reclamando. Então, para fins de legislação brasileira, eu só tinha a graduação e, por isso, estou fazendo esse mestrado na UFRJ como se fosse a primeira vez.)
Agora, olhando pra trás, percebo que desde de 2020 estou vivendo uma nova década literária. E, em julho de 2024, com o afastamento definitivo do zen, pude mergulhar na literatura com a mesma empolgação que minha Esposa mergulhou na dança.
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Planos e prioridades para 2025
Os primeiros seis meses de 2024 foram a preparação para assumir o templo e os últimos seis meses foram a ressaca e o luto desse projeto. Agora, nesse novo ano que se inicia, minhas prioridades são as seguintes:
1. Viver minha vida
Fora de disputa, fora de dúvida, essa é desde sempre a primeira prioridade: fazer um esforço consciente e ativo para não morrer e, dentro disso, permanecer saudável, mas sem abrir mão do prazer. (Viver é bom, mas não adianta viver sem os prazeres da vida. Não consigo me imaginar sacrificando um prazer só para viver mais.)
2. Amar meus amores
Em segundo lugar, condicional à primeira, garantir que minha Esposa e minhas pessoas queridas continuem sempre se sentindo amadas e respeitadas, vistas e ouvidas, por mim. Sem as pessoas que a gente ama nada faz sentido. Somos seres gregários: vivemos e morremos, fracassamos ou prosperamos, dependendo de quem está ao nosso lado.
Bem, essas duas primeiras são as óbvias, né? Mas é importante, muito muito importante, serem ditas e articuladas, afirmadas e enfatizadas justamente porque tudo em nosso mundo cada vez mais rápido, atarefado e cheio de distrações foi projetado propositalmente para nunca lembrarmos das coisas mais fundamentais da existência.
3. Escrever, escrever, escrever
Então, tirando as duas primeiras que nem deveriam precisar ser mencionadas, minha prioridade número um continua sempre escrever minha ficção, algo que nunca realmente parei. Estou desde 2016 escrevendo um romance passado na Pré-História e está bem interessante: o livro vai mudando, se moldando, se revirando. É uma delícia o processo, o artesanato, o ficar futucando as palavras.
Além disso, também estou terminando O Livro das Prisões: só falta escrever a última, Prisão Empatia, e dar uma revisada geral. Dá um certo medinho de terminar, pois estou escrevendo esses textos desde 2002!
Por fim, por puro prazer, estou desde 2020 traduzindo, do espanhol medieval, o poema épico Cantar do meu Cid, para verso em português. Um processo que também é uma delícia.
Três projetos de escrita: o mais antigo com 23 anos e o mais recente com 5.
4. Publicar textos sobre literatura
Em segundo lugar, continuar escrevendo sobre literatura na grande imprensa.
Por um lado, confesso, é um grande prazer receber livros aleatórios, escrever sobre eles, ser pago e ainda ter o texto publicado em grandes veículos. Não contem pra ninguém, mas talvez eu até pagasse pra fazer isso. E, pasmem!, me pagam! Pouco, menos do que vocês pensam, mas pagam. (Mais abaixo, coloco os links de todos os textos publicados em 2024.)
E, por outro lado, apesar do prazer em si, a verdade é que essa prioridade só está aqui, e em posição tão alta, porque ela é condição necessária à prioridade anterior.
Não adianta eu escrever um grande romance (haha!) se, quando terminá-lo, nenhum editor souber quem eu sou e, portanto, não querer nem ler. Triste verdade: é sim necessário manter a visibilidade no meu nome nesse meio – como em qualquer meio.
5. Ganhar a vida
Ok, eu sei, eu sei. Pra muita gente essa deveria ser a primeira. Mas de que adianta “ganhar a vida” se não estou saudável, ao lado das pessoas que eu gosto, fazendo aquilo que eu quero e que dá sentido à minha existência? Viver é mais que ganhar a vida.
Então, apenas em terceiro lugar, está aqui o “ganhar a vida materialmente”.
Hoje, o que me sustenta são os cursos online de literatura para mecenas que vendo pelo meu Apoia-se. Continuar dando esses cursos, de maneira divertida e prazeirosa, é a última das minhas prioridades principais.
Atualmente, além dos textos exclusivos, minhas mecenas ganham 3 aulas mensais:
— Uma aula avulsa de literatura, no terceiro domingo, quase sempre sobre os livros contemporâneos que resenho na imprensa (A próxima é hoje, no meu aniversário, sobre De onde eles vêm, de Jeferson Tenório, que resenhei para a 451 aqui);
— Uma aula do Curso das Prisões, na última quarta, sobre esses textos que estou escrevendo e reescrevendo, melhorando e aperfeiçoando há duas décadas (A próxima é a Prisão Autossuficiência, na quarta, 26 de fevereiro, 19h);
— Uma aula do curso de literatura Grande Conversa Medieval, no último domingo, que é meu grande prazer e meu maior xodó, me permitindo passar a limpo a literatura desse período que também foi meu novo interesse na pandemia (A próxima é sobre as cantigas galego-portuguesas, no domingo, 23 de fevereiro, 16h).
E também duas conversas livres:
— Uma conversa livre, no primeiro domingo, sobre a Prisão do mês (A próxima é a Prisão Monogamia, no domingo, 2 de março, 16h);
— Um boteco/piquenique, no segundo domingo, sobre temas livres e também sobrerelacionamentos não-monogâmicos (O próximo é no domingo, 9 de março, 16h).
Não consigo imaginar uma maneira melhor, mais gostosa, mais prazeirosa de ganhar a vida: literalmente nos meus próprios termos, fazendo o que escolhi livremente fazer, só aquilo que me interessa, que me instiga, que me dá prazer.
Sou muito, muito grato a todas vocês — especialmente a quem está lendo um texto desses, tão pessoal!, até o fim — porque são exatamente vocês que possibilitam a minha vida. Muito muito obrigado mesmo.
No meio do ano, quando acabar o Curso das Prisões, estou em dúvida sobre o que fazer:
Opção 1: Um Curso de Atenção, nos mesmos moldes do Curso das Prisões, sem leituras, com uma conversa livre e uma aula por mês, explicando e exercitando as práticas do meu livro Atenção.
Opção 2: Grande Conversa: Romance, um curso de literatura com muita leitura, feito justamente pra eu ajudar vocês a lerem aqueles romanções difíceis e intimidadores. Seriam só livros que eu sinceramente considero “perfeitos”, um de cada uma das principais línguas ocidentais: Moby Dick, Guerra e paz, Os miseráveis, Cem anos de solidão, Grande sertão: veredas, Tetralogia napolitana. Talvez também um alemão, ou A montanha mágica ou O homem sem qualidades. O primeiro seria a opção natural, mas me inclino pelo segundo, pois um curso desses precisa ter pelo menos um livro muito engraçado.
O que acham? Qual fariam? Fariam algum?
(Por favor, não é uma pergunta retórica: podem responder por zap, comentário, email, pelo meio que quiserem.)
Por fim, sinto falta ocasional do “Alex Desenvolvimento Pessoal” e não quero abandoná-lo completamente. Então, esse ano estou tentando voltar com os encontros presenciais Prisões: Atenção.
O primeiro vai acontecer na cidade de São Paulo, no domingo 18 de maio, o dia inteiro. Mecenas ativas pagam R$399; não-mecenas, R$499. O preço mais abaixo para mecenas vale só até domingo, 23 de fevereiro: depois, todo mundo paga R$499. Mais detalhes aqui.
6. Defender o mestrado
Confesso: das prioridades, é de fato a última. Estou fazendo por puro prazer. Não preciso desse mestrado para nada. Por um lado, está sendo uma delícia. Por outro, desistir de coisas assim é um prazer equivalente a tirar um sapato apertado. Então, tudo é possível. Até mesmo defender.
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Poucas conclusões e alguns pedidos
Enfim. É isso. Não tem conclusões. Como concluir qualquer coisa? Viver a gente só vive. Um dia de cada vez. Até não viver mais.
Mas, por falta de saber como acabar a carta, eu encerro pedindo.
Se fui uma presença importante na sua vida no ano que passou, me dá um presente no começo desse ano novo que se inicia?
Se quiser fazer um pix, agradeço: eu@alexcastro.com.br
Se for comprar na Amazon BR, faça pelos meus links. Você não perde nada e eu ganho uma comissão de tudo o que comprar — não necessariamente só do item que clicou. Link para a página de ofertas do dia em livros. (Se puderem salvar essa bookmark nos seus browsers, já resolve.)
Para quem está fora do Brasil, a melhor, a maior ajuda que você pode me dar é me ajudando a comprar livros. (Livros importados são, longe, minha maior despesa.)
Se você puder e quiser, por favor, deposite alguns dólares ou euros via cartão de presente ou na Amazon EUA (amazon.com/gift-cards) ou na Amazon Espanha (amazon.es/cheques-regalo) para o email eu@alexcastro.com.br
(É só clicar no link e digitar o valor. Só serve se for na Amazon EUA ou Espanha: nas outras, não tenho conta.)
Por fim, por favor, considere se tornar mecenas. Pode ser por qualquer valor.
Fazendo meu mecenato de R$88, você ganha acesso a todos os meus cursos — passados, presentes e futuros — textos exclusivos pra ler e grupos de Whatsapp exclusivos pra participar.
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Textos publicados na grande imprensa
Livro 'Uma História da Imaginação' se limita a contar ideias ocidentais (FSP, 23jan24)
'O Navio da Morte' mostra que literatura boa pode ser panfletária (FSP, 5abr24)
Morte de Kafka há cem anos criou casta problemática de herdeiros literários (FSP, 2jun24)
Atrevida e sem piedade, Camila Sosa Villada se firma como imperdível (FSP, 28jun24)
‘Tsundoku’, a arte de acumular livros (451, 1jul24)
'Filho Nativo' é romance existencialista bem mais forte que 'O Estrangeiro' (FSP, 27jun24)
Achado após séculos, livro é introdução ideal para literatura medieval (FSP, 24ago24)
Uma cota de esperança (451, 21out24)
'O Manuscrito' de Elif Shafak faz casar o clichê com o lugar-comum (FSP, 4nov24)
Eterna aposta do Nobel, Cartarescu cria alter ego que desiste dos livros (FSP, 24nov24)
Novo 'grande romance latino-americano' foi escrito por um espanhol (FSP, 17dez24)
Folha indica os 20 melhores livros de ficção de 2024, segundo críticos; veja lista (FSP, 17dez24)
Para quem não é assinante desses veículos, todos os textos, em versões expandidas, estão disponíveis em nossa área exclusiva dos mecenas.
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Próximas atividades
Domingo, 16fev, 16h: aula, Racismo e literatura brasileira em De onde eles vêm, de Jeferson Tenório
Domingo, 23fev, 16h: aula, Cantigas, Grande Conversa Medieval
Quarta, 26fev, 19h: aula, Prisão Autossuficiência
Domingo, 2mar, 16h: Conversa livre, Prisão Monogamia
Domingo, 9mar, 16h: Boteco das mecenas, piquenique não-monogamia
Domingo, 16mar, 16h: aula, A antiliteratura de Solenóide, de Cartarescu
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Último pedido: leia Solenóide
A aula avulsa sobre Solenóide, de Mircea Cartarescu, acontece daqui a exatamente um mês, no domingo, 16 de março. Se eu ainda posso te pedir alguma coisa, por favor, leia esse livro. Foi uma das leituras mais impressionantes da minha vida, uma experiência quase religiosa mesmo. Gostaria muito que nosso encontro de março fosse mais uma troca de impressões entre leitores bestificados do que uma aula expositiva. Leiam. E, depois, me agradeçam.
Feliz aniversário atrasado, Alex!!
adooooooro saber da tua vida! gracias 🤩
e feliz niver! te desejo entusiasmo, saúde, alegria, presença 🩵