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Avatar de Gloriana Pagno

Nunca tinha lido nada sobre o provincianismo de São Paulo, capital. Foi uma grata surpresa porque vem ao encontro do que senti quando lá desembarquei para morar pela primeira vez em 1983. Estava animada para viver na metrópole em que tudo que se imaginar, é até o que não se imaginar era uma opção na imensa cidade. Foi o que me disseram na minha passagem para um curso no ano anterior. As muitas possibilidades, percebi depois, acabavam por segregar as pessoas no que eu chamava de guetos. Eu tinha vindo de uma vila no interior de um dos Estados mais conservadores, seguida da capital mais provinciana do país, e perceber que a São Paulo onde vivi naqueles anos vencia em provincianismo foi decepcionante e me isolou na primeira e mais grave solidão que tive na vida. Eu nunca consegui pertencer, mesmo quando insisti em morar lá mais 2 vezes. Sempre disse que era amor não correspondido. Vendo com os olhos de hoje, eu estava na bolha errada, ou dito de outra forma, não encontrei o meu grupo de afinidades. Minto. O grande problema era eu sentir que poderia me adaptar a qualquer comunidade e todo gueto tem uma ética e estética a serem rigorosamente seguidas. Nesse caso, a solidão cabe em qualquer lugar do mundo.

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Avatar de José Lauro Magalhães

ótima releitura deste seu texto , muito bom .. abraços , paz , luz e amor

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