Existe livre-arbítrio?
Temos a possibilidade de sermos livres? (Reflexões sobre a Prisão Liberdade.)
Não existe esse eu separado do meu braço que então decide mover o braço: eu sou esse braço que se move.
(O tema do Curso das Prisões para o mês de outubro foi a Prisão Liberdade. Nossa aula deveria ter acontecido na quinta, 26, mas cancelei. Sim, porque estou escrevendo esses textos ao vivo e ainda não consegui terminar. A aula agora está marcada para HOJE, terça, dia 7 de novembro, às 19h. Aqui vai um texto inédito, escrito hoje, para a Prisão Liberdade. Tudo ainda está em aberto e eu adoraria suas perguntas, comentários, sugestões, críticas. Sem diálogo com vocês, nada disso faz sentido.)
Quem lê jornal já deve ter lido por aí que a “ciência provou que não temos livre-arbítrio”. Você leu isso por dois motivos.
Em primeiro lugar, sim, alguns experimentos de fato apontaram nessa direção; vou descrever o principal deles mais abaixo.
Em segundo, como o senso comum da nossa sociedade conservadora e direitista ainda é esse livre arbítrio quase irrestrito que justifica o punitivismo e a meritocracia, a ciência provar ou indicar que ele talvez não exista é literalmente notícia (já dizia o velho repórter: “cachorro morde homem” não é notícia, “homem morde cachorro” sim), uma notícia importante que uma esquerda cada vez mais interessada em desmontar as narrativas da direita fez questão de amplificar.
Mas, feliz ou infelizmente, as notícias sobre a morte do livre-arbítrio foram muito exageradas.
Dos vários experimentos que parecem indicar a não-existência do livre-arbítrio talvez o mais famoso seja o conduzido pelo neurocientista Benjamin Libet em 1983.*
[*O experimento é explicado em detalhes em todos os livros contemporâneos sobre livre-arbítrio, seja como prova cabal da não-existência desse unicórnio, seja para demonstrar que na verdade as coisas não são bem assim. Estou seguindo aqui o oitavo capítulo, “Are you out of the loop?” de Freedom evolves, do Dennett. A citação de Libet está nesse capítulo. No time contra, vale a pena ver também o segundo capítulo de Livre-arbítrio, de Makr Balaguer. Já no time a favor, o primeiro capítulo,“The unconscious origin of the will”, de Free will, de Sam Harris, dá apenas uma versão muito resumida do experimento, talvez por presumir que ele já é decisivo e convincente por si só.]
Resumindo brutalmente, os participantes, com eletrodos na cabeça e sentados diante de um relógio de precisão, receberam as seguintes instruções: mover o pulso em algum momento aleatório e registrar o instante exato em que tinham tomado a decisão de fazer esse movimento. Libet descobriu que os cérebros das participantes já estavam se preparando para fazer o movimento cerca de meio segundo antes do instante em que disseram ter decidido fazer o movimento. (A ênfase em “disseram” é minha.)
Escreveu Libet:
“O início da ação voluntária parece começar no cérebro de forma inconsciente muito antes da pessoa conscientemente decidir que ela quer agir!” (Já a exclamação é dele.)
O experimento, portanto, parece indicar que um movimento físico começa a acontecer antes da mente tomar a decisão de se mover. Ou seja, não foi a pessoa conscientemente que decidiu fazer o movimento: o braço começou o processo de se mover e a consciência — como tantos dos melhores políticos, liderando a partir da retaguarda e correndo na frente para se fazer de líder de algo que já estava acontecendo sem ele — “decidiu” mover o braço que já estava em processo de se mover.
Para alguns autores, o experimento demonstraria a existência de um apavorante “vazio moral” de meio segundo entre uma ação ser iniciada e a mente tomar consciência dela. Com base nesse experimento, e em outros similares, muitos autores, estudiosos e pensadores correram para decretar a morte do livre-arbítrio.* O tema, por ser espetacular e gerar cliques, ganhou destaque especialmente nas manchetes de jornal.
[*Talvez o mais famoso seja Free will, de Sam Harris, publicado em 2012, que nega radicalmente a possibilidade de existência do livre-arbítrio e que eu fiz o sacrifício de ler do começo ao fim. Considerando que Harris tem uma persona pública detestável, comprando brigas a torto e a direito, se comportando sempre de forma arrogante e debochada, talvez sua defesa seja singelamente que não tem escolha a não ser se comportar como um babaca. Na verdade, Harris é tão, mas tão babaca — perdoem o ranço — que ele consegue ser radicalmente contra o livre-arbítrio e ainda assim continuar agarrado a uma das piores e mais perversas excrescências humanas, o punitivismo, que só existe por causa desse livre-arbítrio. Para Harris, não é porque livre-arbítrio não existe que deveríamos parar de encarcerar pessoas — quando, na verdade, esse seria um dos poucos pontos positivos de uma sociedade que realmente se organizasse como se livre-arbítrio não existisse: “Viewing human beings as natural phenomena need not damage our system of criminal justice. If we could incarcerate earthquakes and hurricanes for their crimes, we would build prisons for them as well. We fight emerging epidemics—and even the occasional wild animal—without attributing free will to them. Clearly, we can respond intelligently to the threat posed by dangerous people without lying to ourselves about the ultimate origins of human behavior. We will still need a criminal justice system that attempts to accurately assess guilt and innocence along with the future risks that the guilty pose to society.”]
Outros estudiosos e pesquisadores, porém, discordam.
O filósofo Mark Balaguer, autor de diversos estudos sobre livre-arbítrio, afirma ser um exagero completamente não justificado utilizar experimentos como os de Libet para defender que não temos livre-arbítrio: quando muito, eles somente indicam que nosso livre-arbítrio talvez seja mais limitado do que gostaríamos que fosse. Se algumas de nossas decisões talvez sejam pré-determinadas por fatores biológicos ou subconscientes, muitas outras não são: nesse cercadinho está o nosso livre-arbítrio. Afinal, nenhum defensor do livre-arbítrio, nem os mais ferrenhos ou radicais, consideram que dispomos de liberdade total e irrestrita: os experimentos, na melhor das hipótese, apenas delimitam o tamanho do cercadinho, mas passam longe de provar que ele não existe.*
[*O argumento de Balaguer contra as conclusões de Libet está no sétimo capítulo, “Can we block the scientific argument against free will?”, de Livre-arbítrio, publicado em 2014 na série The MIT Press Essential Knowledge series. É um resumão muito básico, acessível e disponível em português sobre as pesquisas recentes em livre-arbítrio.]
Mas Balaguer basicamente concorda com os resultados do experimento de Libet, somente os interpreta de maneira a não negar a existência do livre-arbítrio: é mais uma operação retórica que científica. Aliás, o próprio Libet não considerava que seu experimento demonstrasse a não existência do livre-arbítrio.
O filósofo Daniel Dennett, por outro lado, discorda radicalmente do experimento de Libet: das premissas, da execução e, principalmente, da conclusão que não teríamos livre-arbítrio. Eu não teria como reproduzir aqui a linha de raciocínio de Dennett – que começa, naturalmente, fazendo uma descrição do experimento de Libet muito mais detalhada do que caberia nesse livro aqui já enorme, para em seguida desmontá-lo ponto a ponto até não sobrar absolutamente nada.
Para os fins da minha argumentação na Prisão Liberdade, basta dizer que eu, leitor de Dennett, fechei seu livro Freedom evolves, plenamente convencido de que o livre-arbítrio existe e passa bem, obrigado — mesmo que eu não seja igualmente capaz de convencer você, pessoa leitora do Alex Castro, a fechar O livro das Prisões igualmente convencida.
Então, pela única vez nesse livro, vou passar o ônus da explicação adiante: quem estiver especialmente interessada em livre-arbítrio, por favor, leia o oitavo capítulo de Freedom evolves. Daqui em diante, continuarei a Prisão Liberdade considerando que a existência do nosso livre-arbítrio já foi demonstrada. Antes de encerrarmos essa subseção, porém, quero fazer um comentário pessoal e uma última paráfrase do Dennett.
Durante muitos anos, nas décadas de 1990 e 2000, eu e minha amiga querida Isabel Löfgren, que fez a capa desse livro e de quase todos os meus livros, trabalhamos com usabilidade de websites no Brasil. Usabilidade é basicamente um método para tornar interfaces mais fáceis de usar, que sempre foi importante (um vídeo-cassete precisava ter uma boa usabilidade) mas tornou-se questão de vida e morte a partir do começo do e-commerce: afinal, se em 1988, a consumidora só descobriria que o vídeo-cassete era difícil de usar depois de comprá-lo, em 1999, se o site da livraria online fosse difícil de usar, se a consumidora não encontrasse o livro que procurava ou se não conseguisse pagar, a empresa não fazia a venda. Pessoas que trabalham com programação e design acabam tendo dificuldade em criar sites usáveis justamente por terem familiaridade demais com a interface: simplesmente não conseguem se colocar no lugar de uma velhinha perdida que quase nunca usou a internet. Nosso método, portanto, era ir às próprias velhinhas e descobrir onde estavam tendo dificuldades. E chegamos assim no motivo que me fez contar essa historinha aparentemente não relacionada. Seja por falta de memória ou por vontade de agradar, por confusão ou por insegurança, simplesmente perguntar para as usuárias não funcionava: todas, ou quase todas, diziam que o site era ótimo, fácil, incrível, etc, mesmo se não tivessem conseguido usá-lo para nada. Nosso trabalho era elaborar uma lista de tarefas para as participantes realizarem no site, sentar do lado delas enquanto navegavam e, então, observar nós mesmas onde estavam tendo mais dificuldades. (O lema da nossa empresa era “Observe e aprenderás”.) Depois, tomando café e biscoitos, era fatal: as usuárias que menos tinham conseguido fazer qualquer coisa eram as que mais elogiavam o site: “ah, meu filho, adorei, é muito fácil de usar!”
Então, vocês me perdoem, mas não fiquei anos assistindo pessoas quebrando a cabeça pra achar o “fale conosco” de um site sem nunca conseguir e depois ainda elogiarem que o site era ótimo e fácil, para hoje confiar que participantes de um experimento vão conseguir determinar o milissegundo exato no qual formaram a decisão consciente de mexer o pulso. Uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco: o desse experimento é esperar demais de pessoas tão lentas e falhas, imprecisas e inexatas, quanto todas nós.
Por fim, uma última questão, que dialoga com o texto de ontem: quem é esse eu que decide mover o braço? Onde ele está fisicamente?
O que Dennett argumenta — e eu não conseguiria nem tentar reproduzir sua cadeia de pensamento— é que Libet não demonstrou que a consciência está sempre atrasada em relação aos tais processos decisórios inconscientes, mas sim que o processo decisório consciente requer tempo para acontecer ao longo do espaço do nosso corpo. Todas essas etapas (decidir; olhar o relógio; anotar horário da decisão) não são nem pré, nem pós nada: elas são o próprio processo decisório acontecendo através do tempo e do espaço. Não existe separação entre o-que-eu-faço e quem-eu-sou: sou uma unidade que incorpora ambos. Não existe essa ação mental começada de forma inconsciente e depois percebida pela consciência, onde um Eu externo observa tudo e espera o momento de obter acesso consciente ao que já está acontecendo inconscientemente — como se o processo decisório fosse um trem onde o Eu embarca só depois de já começada a viagem.
Não existe esse eu separado do meu braço que então decide mover o braço: eu sou esse braço que se move.*
[*A 18ª prática do meu livro Atenção., “Desapegar do Eu”, é um desenvolvimento zen-budista dessa perspectiva.]
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Série “As Prisões”
Aqui estão os textos já reescritos, revisados e finalizados em 2023:
Monogamia (em breve)
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O Curso das Prisões
Um curso para nos libertar até mesmo da busca pela liberdade. O que está em jogo é nossa vida.
Curso em resumo
Curso de filosofia prática, com ênfase em liberdade pessoal e consciência política: como viver uma vida mais livre e significativa sem virar o rosto ao sofrimento do mundo. // As Prisões: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia // Sem leituras, com muita conversa, debate, polêmica. // Um tema por mês, durante onze meses: uma conversa livre, no 1º domingo, para abrir o mês de conversas sobre o tema, e uma aula, na última quarta-feira, para fechar. Até 27 de dezembro de 2023. // Encontros e aulas ao vivo via Zoom; aulas gravadas via Facebook; grupo de discussão no Whatsapp. // R$88 mensais, no Apoia-se, por todos os meus cursos. Compre agora.
O que são As Prisões
As Prisões são as bolas de ferro mentais e emocionais que arrastamos pela vida: as ideias pré-concebidas, as tradições mal explicadas, os costumes sem sentido: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia.
O que chamo de As Prisões são sempre prisões cognitivas: armadilhas mentais que construímos para nós mesmas, mentiras gigantescas que nunca questionamos, escolhas hegemônicas que ofuscam possíveis alternativas.
A Monogamia, por exemplo, é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção concebível de organizar nossos relacionamentos, consignando todas as outras alternativas à imoralidade, à falta de sentimentos, ao fracasso: “relacionamento aberto não funciona, é coisa de quem não ama de verdade”.
A Felicidade é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção de fim último para nossas vidas, consignando todas as outras alternativas à condição de suas coadjuvantes e dependentes: “não é que o seu fim último seja ser virtuosa, mas você quer ser virtuosa para ser feliz, logo o seu fim último é ser feliz”.
Quem está “presa” na Prisão Monogamia não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de viver relacionamentos monogâmicos, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, vive relacionamentos monogâmicos por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é viver a Monogamia, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Quem está “presa” na Prisão Felicidade não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de colocar sua própria felicidade individual como fim último de sua vida, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, busca sua própria felicidade por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é buscar a Felicidade, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Cada uma das Prisões, da Verdade à Empatia, do Trabalho à Felicidade, é sempre, antes de mais nada, uma prisão cognitiva, uma percepção incompleta da realidade. Por trás de todas as Prisões está sempre a mesma inimiga: a ignorância.
Funcionamento
Como toda Prisão é uma verdade tão inquestionável que nos impede de perceber outras alternativas, nossas aulas começam sempre por analisá-la e desconstruí-la, para entender como nos limitam, e podermos então enxergar as alternativas que ela esconde.
Cada mês será dedicado a uma Prisão.
No 1º domingo do mês, às 19h, damos início às discussões com uma conversa livre no Zoom. Não é uma aula expositiva, mas uma sessão de troca e de escutatória. Sem a interlocução de vocês, sem ouvir como essa prisão afetou as suas vidas, eu não teria nem como começar a pensar a aula. Aqui, tudo é prático, nada é teórico. O que está em jogo são nossas vidas.
Ao longo do mês, continuamos conversando sobre essa Prisão em nosso grupo do Whatsapp, trocando histórias e experiências. Para quem quiser, vou compartilhando as leituras que estou fazendo sobre o tema, mas nenhuma leitura é obrigatória, nem necessária para a compreensão da aula.
Na última quarta-feira do mês, às 19h, fechamos as discussões com uma aula, também pelo Zoom. Essa aula será expositiva, mas também teremos bastante espaço para debates e conversas.
Aulas gravadas indefinidamente
A gravação em vídeo das aulas expositivas fica disponível em um grupo fechado do Facebook. (É preciso se inscrever no Facebook para ter acesso ao grupo) Mas, juridicamente falando, como não posso garantir “indefinidamente”, garanto que as aulas estarão acessíveis às compradoras do curso, se não no Facebook em outro lugar, no mínimo até 31 de dezembro de 2027. As conversas livres, por serem mais pessoais, não ficam gravadas: são só para quem vier ao vivo. As aulas gravadas só estarão disponíveis para as mecenas do plano CURSOS enquanto durar o apoio. Você pode cancelar seu plano de mecenato a qualquer momento, mas aí perde acesso aos cursos.
Sem leituras
O Curso As Prisões não é um curso de leituras: nenhuma leitura é obrigatória ou recomendada. É um curso de conversas livres e de trocas de experiências, de escutatória e de debates, de reflexão sobre nossas vidas e sobre como viver.
Para cada Prisão, eu listo uma pequena bibliografia, para que vocês saibam quais livros eu utilizei na preparação da aula e para que possam correr atrás das leituras que mais lhes interessem.
Mas não precisa ler nada para participar das aulas, das conversas, das trocas, das discussões.
Sejam as primeiras leitoras do Livro das Prisões
O Livro das Prisões foi contratado pela Rocco em 2017 e eu ainda não consegui escrever. Um de meus objetivos para esse curso é, com a inestimável ajuda da interlocução de vocês, finalmente terminar o livro. Então, junto com a aula, também pretendo disponibilizar o texto dessa Prisão em sua versão final, já pronta para publicar. Todas as alunas do curso serão citadas nos agradecimentos do livro, pois ele certamente nunca teria sido escrito sem a participação de vocês. Já de antemão, agradeço.
Professor
Alex Castro é formado em História pela UFRJ com mestrado em Letras por Tulane University (Nova Orleans, EUA), onde também ensinou Literatura e Cultura Brasileira. Atualmente, é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas da UFRJ. Tem oito livros publicados, no Brasil e no exterior, entre eles A autobiografia do poeta-escravo (Hedra, 2015), Atenção. (Rocco, 2019) e Mentiras Reunidas (Oficina Raquel, 2023). Escreve para a Folha de São Paulo, Suplemento Pernambuco, Quatro Cinco Um, Rascunho.
Meus votos zen-budistas
Pratico zen budismo há dez anos. Todo dia, pela manhã, refaço meus votos: os quatro votos do Bodisatva e os três votos dos pacificadores zen.
Basicamente, eu me comprometo a ajudar as pessoas a 1) se libertarem, 2) enxergarem as ilusões que as limitam, 3) perceberem a realidade em sua plenitude e, assim, 4) agirem no mundo de acordo com essa percepção. E me proponho a fazer isso a partir de 1) uma posição de não-saber, me abrindo às novas situações sem certezas prévias, 2) estando presente de forma plena a cada interação humana, sem virar o rosto nem à dor nem à alegria, e 3) agindo amorosamente.
Esse curso é minha humilde tentativa de agir no mundo de acordo com meus votos. De ajudar as pessoas, minhas alunas e minhas leitoras, a enxergarem suas prisões, se libertarem delas, perceberem a realidade e agirem amorosamente no mundo, questionando suas certezas e nunca virando o rosto nem à dor nem à alegria das outras pessoas.
Dar esse curso, portanto, é minha prática religiosa. Se eu tiver algum sucesso em caminhar ao lado de vocês nesse percurso, minha vida terá sido uma vida bem vivida, e sou grato por tê-la vivido.
Os Quatro Votos do Bodisatva: As criações são inumeráveis, faço o voto de libertá-las; As ilusões são inexauríveis, faço o voto de transformá-las; A realidade é ilimitada, faço o voto de percebê-la; O caminho do despertar é insuperável, faço o voto de corporificá-lo.
Os três votos da Ordem dos Pacificadores Zen: Praticar o não saber, abrindo mão de certezas prévias; Estar presente na alegria e no sofrimento, não virando o rosto à dor alheia; Agir amorosamente, de acordo com essas duas posturas.
Compre
O Curso das Prisões é exclusivo para as mecenas dos planos CURSOS ou MIDAS do meu Apoia-se.
Para fazer o curso completo (11 aulas expositivas + 11 encontros livres + grupo no Facebook + grupo de Whatsapp):
R$88 mensais, via Apoia-se: comprando o plano Mecenas CURSOS (ou superior), você tem acesso a todos os meus cursos enquanto durar o seu apoio, além de ganhar muitas outras recompensas, como textos e aulas avulsas exclusivas. Como bônus, coloco seu nome na lista das mecenas. Você pode cancelar o seu plano a qualquer momento, mas aí perde acesso aos cursos. (O Apoia-se aceita todos os cartões de crédito e boleto).
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Dúvidas
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Aulas em resumo
Links levam para a descrição de cada aula na ementa do curso.
Verdade (fevereiro)
Religião (março)
Classe (abril)
Patriotismo (maio)
Respeito (junho)
Trabalho (julho)
Autossuficiência (agosto)
Monogamia (setembro)
Liberdade (outubro)
Felicidade (novembro)
Empatia (dezembro)
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