Não existe mente, não existe alma, só existe corpo
Quem é esse Eu que pretende ser livre? (Reflexões da Prisão Liberdade.)
Somos seres inteligentes porque temos corpos inteligentes. Somos seres conscientes não porque temos “alma” ou “mente” mas porque nossa consciência é uma das características selecionadas pela evolução de nossos corpos inteligentes.*
[*A 18ª prática do meu livro Atenção., “Desapegar do Eu”, é um longo desenvolvimento desse assunto. Aqui, vou tratar somente do ângulo da liberdade.]
(O tema do Curso das Prisões para o mês de outubro foi a Prisão Liberdade. Nossa aula deveria ter acontecido na quinta, 26, mas cancelei. Sim, porque estou escrevendo esses textos ao vivo e ainda não consegui terminar. A aula agora está marcada para dia 7 de novembro, às 19h. Aqui vai um texto inédito, escrito hoje, para a Prisão Liberdade. Tudo ainda está em aberto e eu adoraria suas perguntas, comentários, sugestões, críticas. Sem diálogo com vocês, nada disso faz sentido.)
A origem teológica da Psicologia
As primeiras menções à palavra “Psicologia” vem do século XV: enquanto a Anatomia estudava o corpo, a Psicologia estudaria a alma (“psique” em grego). Ou seja, a Psicologia surge como “Psicologia Cristã”, inseparável da dicotomia “corpo-alma” que caracteriza o pensamento cristão, voltada a estudar tudo o que acontece nesse espaço por definição etéreo e não-observável, escondido e misterioso, sublime e respeitável. Séculos depois, com o Iluminismo, o conceito de “alma” começa a perder sua força explicativa nos círculos intelectuais humanistas. Entretanto, apesar de nossa ânsia em fugir do cristianismo, ainda não tínhamos inventado ferramentas conceituais que nos permitissem superar os limites impostos pela dicotomia cristã “corpo-alma”.
Então, apenas trocou-se “alma” por “mente”. O pobre “corpo”, tão concreto e tão observável, tão cheio de entranhas e tão pulsante de artérias, tão bestial e tão limitado, foi novamente posto em oposição a algo etéreo e não-observável, escondido e misterioso, sublime e respeitável: não mais “alma”, claro que não, somos philosophes, acha que acreditamos nessas crendices cristãs?!, mas, voilá, a “mente”!
O problema é que “mente”, apesar de ser um conceito que poderia ser debatido a sério por sofisticados intelectuais humanistas e agnósticos, sem a necessidade de passar por superstições cristãs simplistas, era, na prática, somente a “alma” com uma nova roupagem.
Afinal, onde está a mente? Quanto pesa? Como funciona? Não só não sabemos como não temos como saber: a “mente” compartilha do mesmo mistério incognoscível da “alma”.*
[*Uma das primeiras pessoas a rejeitar o conceito de “mente” da maneira como descrevi foi o filósofo britânico Gilbert Ryle, em The concept of mind, de 1949. Mais tarde, em Uma história da mente: a evolução e a gênese da consciência, de 1992, o psicólogo britânico Nicolas Humphrey dá prosseguimento ao argumento, defendendo a “função social no intelecto” e considerando que nossas capacidades cognitivas são adaptações evolutivas à nossa vida social, sendo assim um dos fundadores da “psicologia evolutiva”.]
Um aparte sobre Freud*
[Em Por que Freud errou: pecado, ciência e psicanálise, de 1995, especialmente capítulos 22 e 23, Richard Webster desenvolve o argumento que parafraseei nesse texto. É um dos livros mais impactantes que já li na vida, e recomendo para todas as pessoas que ou amam ou odeiam Freud. O livrinho Freud, publicado pela UNESP em 2006, oferece um bom resumo e é mais fácil de encontrar.]
Freud, em sua criação da Psicanálise, leva esse processo ao seu limite lógico e expõe todas as suas contradições. Apesar de ter começado sua prática médica tratando de pessoas doentes que apresentavam sintomas físicos reais, ele logo se autoconverte em verdadeiro cartógrafo de uma geografia invisível da mente, mapeando a mente humana como os portugueses mapearam a costa do Brasil.
A diferença, naturalmente, é que a costa do Brasil existe.
Abaixo, alguns dos conceitos teorizados ou cooptados por Freud para descrever fenômenos por definição não-observáveis, não-comprováveis, não-falsificáveis: Ego, Id, SuperEgo, catexia, decatexia, anticatexia, escolha objetal, modelo anaclítico, deslocamento, resíduo mnêmico, condensação, imago, princípio da constância, teoria da relação de objetos, etc etc.
Esses conceitos não estariam em uso até hoje se não fossem úteis para pensar o comportamento humano. Muitos deles, entretanto, são apenas novas articulações, com roupagem científica, de velhos conceitos consagrados.
Por exemplo, falar que “os três mestres tirânicos do Ego são o mundo externo, o Super-Ego e o Id” é pouco mais do que dizer que a consciência do homem é governada por seu ambiente externo, por sua consciência e por seus instintos inatos. O Complexo de Édipo, por seu lado, é uma versão laica do Pecado Original: não interessa o quão virtuoso seja nosso comportamento, não há como fugir ou como superar o mal que trazemos dentro de nós, etc.*
[*A observação sobre “os três mestres tirânicos do Ego” é de Allen Esterson, citado em Webster.]
Freud, como apontamos, começou sua carreira tratando pacientes com sintomas físicos, mas logo concentrou-se apenas em fenômenos psíquicos internos, tornando-se incrivelmente refratário a fatos externos observáveis. Para ele, o comportamento externo das pessoas, suas ações e suas palavras, são sempre fundamentalmente suspeitos, como se servissem apenas para ocultar ao mundo as profundas realidades psíquicas dos fenômenos mentais – que ele, como terapeuta, teria a função de desvelar, descobrir, desencavar.
Em seus estudos de caso, Freud frequentemente toma como axioma que as pacientes querem dizer o oposto do que falam — com base em quê? — e articula hipóteses exploratórias que, na página seguinte, já se transformam em conclusões comprovadas sem nenhuma etapa intermediária.
Tudo aquilo que Freud efetivamente vê e escuta não lhe desperta confiança e nem interesse: seu objeto de estudo é justamente a “realidade interna não-física”, aquele quarto secreto e não-observável onde ele pode especular à vontade sem jamais correr o risco de que provem que está errado.
Ler um psicólogo brilhante como Freud escrevendo, especulando, viajando sobre a “mente” é como ler teólogos brilhantes, como Agostinho de Hipona e Bernardo de Claraval, João da Cruz e Mestre Eckhart, escrevendo, especulando, viajando sobre a “alma”. Eles dizem “a alma sente”, “a alma vai”, “a alma procura”, e ficamos nos perguntando: como sabem?, o que viram?, de onde vem tanta certeza? Naturalmente, se Freud diria que não inventou nada e se baseou apenas sua própria mente, seu consultório e suas pacientes, os teólogos acima também diriam que não inventaram nada e se basearam apenas em suas próprias almas, suas igrejas e suas congregações.
Na verdade, o maior choque é perceber que estão falando rigorosamente do mesmo objeto e utilizando a mesma metodologia. A única diferença é o projeto freudiano de apresentar esse conteúdo, religioso em sua essência, com uma nova roupagem científica mais palatável ao público do século XX.
Nada disso quer dizer que esse conteúdo deva ser jogado no lixo. Não acredito nem em Deus e nem em psicanálise, nem em alma e nem em Super-Ego, mas os cinco autores citados tiveram enorme impacto em minha vida, me informaram e me consolaram, me instigaram e me inspiraram.*
[*Noite escura, de João da Cruz, e As confissões, de Agostinho foram diretamente responsáveis pelo caminho religioso que estou trilhando até hoje, e do qual esse livro que você está lendo faz parte. Agostinho, pra mim, é como se fosse um irmão mais velho: autoritário e brilhante, carola e compassivo, moralista e articulado, turrão e companheiro.]
Mas o valor desses textos está justamente em sua tentativa mística de tocar o Mistério, não em seu rigor científico.
Psicanálise e behaviorismo
Naturalmente, a Psicologia, como campo do saber, é muito maior do que a Psicanálise, como método terapêutico e técnica hermenêutica.
Depois que Freud expôs ao mundo as contradições inerentes no seio de uma pretensa ciência humana que, na prática, se dedicava a estudar a “alma”, mas somente com um novo nome, logo surgiu a reação, como sempre violenta e radicalmente oposta: o Behaviorismo.
Em um primeiro momento, um Behaviorismo mais radical acabou se constituindo em pólo oposto à Psicanálise: enquanto a segunda era completamente refratária ao comportamento externo, como se atos fossem irrelevantes em comparação à enormidade de fenômenos psíquicos, a primeira considerava apenas o comportamento externo, como se fôssemos seres sem vida interior e sem consciência.
Hoje, quase um século depois, ambos os extremos, tanto o Behaviorismo quanto a Psicanálise strito sensu, em suas formas mais puras e originais, já foram largamente desacreditados e sobrevivem apenas em versões mais light e mais ecumênicas, ao lado de outras escolas, métodos e tendências que foram surgindo ao longo do século XX.
O objeto de estudo da Psicologia
Tanto a Teologia, desde sempre, quanto a Psicologia, em grande parte, associariam o comportamento externo dos seres humanos a uma “realidade interna não-física”, que chamariam de “alma” ou “mente”.
Mas não existe esse quarto fechado misterioso para o qual precisamos encontrar uma chave, seja física, para abri-lo, ou metafórica, para interpretá-lo. Nosso comportamento externo não é uma pista que nos permite acesso àquilo de realmente importante e essencial que está acontecendo dentro de nós. Pelo contrário, nosso comportamento externo é quem realmente somos.
Enquanto acreditávamos que existia essa tal “realidade interna não-física” que podia ser estudada (ou, pelo menos, sobre a qual se poderia especular, seja chamando-a de “alma” ou de “mente”), ela era o objeto de estudo da Psicologia.
Mas, se não existe, se o objeto da Psicologia passou a ser o comportamento humano como um todo, então, qual é a diferença entre ela e tantas outras ciências que, fundamentalmente, fazem o mesmo, da Sociologia à História, da Economia à Antropologia? Ainda faz sentido falar em Psicologia?
Só existe “corpo”
Se a dicotomia “mente-corpo” não nos serve mais (porque já percebemos que não existe “mente”), uma solução possível seria simplesmente substituir “mente” por “cérebro”. Afinal, o cérebro existe, não? O cérebro tem peso, tem massa, dá pra pegar, dá pra cheirar. Mas, na verdade, não. Se a dicotomia “mente-corpo” é teológica, a “cérebro-corpo” é non-sense. Porque cérebro é corpo.
Um cérebro, por si só, fora de um corpo, em um pote de formol, é apenas isso: um troço esponjoso que tem peso e que tem massa, que dá pra pegar e que dá pra cheirar, mas que não possui nem consciência e nem pensamentos, nem cognição e nem emoções.
Para isso, o cérebro precisa estar dentro de um corpo, dentro do corpo humano que evoluiu junto com ele, moldando e sendo moldado, repleto de terminações nervosas e reações neuroquímicas. Por isso, nossa alma e nossa mente, nossa consciência e nossa cognição, não acontecem em nosso cérebro, mas em nosso corpo inteiro.
Somos seres inteligentes porque temos corpos inteligentes. Somos seres conscientes não porque temos “alma” ou “mente” mas porque nossa consciência é uma das características selecionadas pela evolução de nossos corpos inteligentes.*
[*Esse parágrafo é uma paráfrase de Webster, cap. 23.]
Só existe corpo.
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Série “As Prisões”
Aqui estão os textos já reescritos, revisados e finalizados em 2023:
Monogamia (em breve)
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O Curso das Prisões
Um curso para nos libertar até mesmo da busca pela liberdade. O que está em jogo é nossa vida.
Curso em resumo
Curso de filosofia prática, com ênfase em liberdade pessoal e consciência política: como viver uma vida mais livre e significativa sem virar o rosto ao sofrimento do mundo. // As Prisões: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia // Sem leituras, com muita conversa, debate, polêmica. // Um tema por mês, durante onze meses: uma conversa livre, no 1º domingo, para abrir o mês de conversas sobre o tema, e uma aula, na última quarta-feira, para fechar. Até 27 de dezembro de 2023. // Encontros e aulas ao vivo via Zoom; aulas gravadas via Facebook; grupo de discussão no Whatsapp. // R$88 mensais, no Apoia-se, por todos os meus cursos. Compre agora.
O que são As Prisões
As Prisões são as bolas de ferro mentais e emocionais que arrastamos pela vida: as ideias pré-concebidas, as tradições mal explicadas, os costumes sem sentido: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia.
O que chamo de As Prisões são sempre prisões cognitivas: armadilhas mentais que construímos para nós mesmas, mentiras gigantescas que nunca questionamos, escolhas hegemônicas que ofuscam possíveis alternativas.
A Monogamia, por exemplo, é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção concebível de organizar nossos relacionamentos, consignando todas as outras alternativas à imoralidade, à falta de sentimentos, ao fracasso: “relacionamento aberto não funciona, é coisa de quem não ama de verdade”.
A Felicidade é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção de fim último para nossas vidas, consignando todas as outras alternativas à condição de suas coadjuvantes e dependentes: “não é que o seu fim último seja ser virtuosa, mas você quer ser virtuosa para ser feliz, logo o seu fim último é ser feliz”.
Quem está “presa” na Prisão Monogamia não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de viver relacionamentos monogâmicos, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, vive relacionamentos monogâmicos por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é viver a Monogamia, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Quem está “presa” na Prisão Felicidade não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de colocar sua própria felicidade individual como fim último de sua vida, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, busca sua própria felicidade por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é buscar a Felicidade, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Cada uma das Prisões, da Verdade à Empatia, do Trabalho à Felicidade, é sempre, antes de mais nada, uma prisão cognitiva, uma percepção incompleta da realidade. Por trás de todas as Prisões está sempre a mesma inimiga: a ignorância.
Funcionamento
Como toda Prisão é uma verdade tão inquestionável que nos impede de perceber outras alternativas, nossas aulas começam sempre por analisá-la e desconstruí-la, para entender como nos limitam, e podermos então enxergar as alternativas que ela esconde.
Cada mês será dedicado a uma Prisão.
No 1º domingo do mês, às 19h, damos início às discussões com uma conversa livre no Zoom. Não é uma aula expositiva, mas uma sessão de troca e de escutatória. Sem a interlocução de vocês, sem ouvir como essa prisão afetou as suas vidas, eu não teria nem como começar a pensar a aula. Aqui, tudo é prático, nada é teórico. O que está em jogo são nossas vidas.
Ao longo do mês, continuamos conversando sobre essa Prisão em nosso grupo do Whatsapp, trocando histórias e experiências. Para quem quiser, vou compartilhando as leituras que estou fazendo sobre o tema, mas nenhuma leitura é obrigatória, nem necessária para a compreensão da aula.
Na última quarta-feira do mês, às 19h, fechamos as discussões com uma aula, também pelo Zoom. Essa aula será expositiva, mas também teremos bastante espaço para debates e conversas.
Aulas gravadas indefinidamente
A gravação em vídeo das aulas expositivas fica disponível em um grupo fechado do Facebook. (É preciso se inscrever no Facebook para ter acesso ao grupo) Mas, juridicamente falando, como não posso garantir “indefinidamente”, garanto que as aulas estarão acessíveis às compradoras do curso, se não no Facebook em outro lugar, no mínimo até 31 de dezembro de 2027. As conversas livres, por serem mais pessoais, não ficam gravadas: são só para quem vier ao vivo. As aulas gravadas só estarão disponíveis para as mecenas do plano CURSOS enquanto durar o apoio. Você pode cancelar seu plano de mecenato a qualquer momento, mas aí perde acesso aos cursos.
Sem leituras
O Curso As Prisões não é um curso de leituras: nenhuma leitura é obrigatória ou recomendada. É um curso de conversas livres e de trocas de experiências, de escutatória e de debates, de reflexão sobre nossas vidas e sobre como viver.
Para cada Prisão, eu listo uma pequena bibliografia, para que vocês saibam quais livros eu utilizei na preparação da aula e para que possam correr atrás das leituras que mais lhes interessem.
Mas não precisa ler nada para participar das aulas, das conversas, das trocas, das discussões.
Sejam as primeiras leitoras do Livro das Prisões
O Livro das Prisões foi contratado pela Rocco em 2017 e eu ainda não consegui escrever. Um de meus objetivos para esse curso é, com a inestimável ajuda da interlocução de vocês, finalmente terminar o livro. Então, junto com a aula, também pretendo disponibilizar o texto dessa Prisão em sua versão final, já pronta para publicar. Todas as alunas do curso serão citadas nos agradecimentos do livro, pois ele certamente nunca teria sido escrito sem a participação de vocês. Já de antemão, agradeço.
Professor
Alex Castro é formado em História pela UFRJ com mestrado em Letras por Tulane University (Nova Orleans, EUA), onde também ensinou Literatura e Cultura Brasileira. Atualmente, é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas da UFRJ. Tem oito livros publicados, no Brasil e no exterior, entre eles A autobiografia do poeta-escravo (Hedra, 2015), Atenção. (Rocco, 2019) e Mentiras Reunidas (Oficina Raquel, 2023). Escreve para a Folha de São Paulo, Suplemento Pernambuco, Quatro Cinco Um, Rascunho.
Meus votos zen-budistas
Pratico zen budismo há dez anos. Todo dia, pela manhã, refaço meus votos: os quatro votos do Bodisatva e os três votos dos pacificadores zen.
Basicamente, eu me comprometo a ajudar as pessoas a 1) se libertarem, 2) enxergarem as ilusões que as limitam, 3) perceberem a realidade em sua plenitude e, assim, 4) agirem no mundo de acordo com essa percepção. E me proponho a fazer isso a partir de 1) uma posição de não-saber, me abrindo às novas situações sem certezas prévias, 2) estando presente de forma plena a cada interação humana, sem virar o rosto nem à dor nem à alegria, e 3) agindo amorosamente.
Esse curso é minha humilde tentativa de agir no mundo de acordo com meus votos. De ajudar as pessoas, minhas alunas e minhas leitoras, a enxergarem suas prisões, se libertarem delas, perceberem a realidade e agirem amorosamente no mundo, questionando suas certezas e nunca virando o rosto nem à dor nem à alegria das outras pessoas.
Dar esse curso, portanto, é minha prática religiosa. Se eu tiver algum sucesso em caminhar ao lado de vocês nesse percurso, minha vida terá sido uma vida bem vivida, e sou grato por tê-la vivido.
Os Quatro Votos do Bodisatva: As criações são inumeráveis, faço o voto de libertá-las; As ilusões são inexauríveis, faço o voto de transformá-las; A realidade é ilimitada, faço o voto de percebê-la; O caminho do despertar é insuperável, faço o voto de corporificá-lo.
Os três votos da Ordem dos Pacificadores Zen: Praticar o não saber, abrindo mão de certezas prévias; Estar presente na alegria e no sofrimento, não virando o rosto à dor alheia; Agir amorosamente, de acordo com essas duas posturas.
Compre
O Curso das Prisões é exclusivo para as mecenas dos planos CURSOS ou MIDAS do meu Apoia-se.
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Dúvidas
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Aulas em resumo
Links levam para a descrição de cada aula na ementa do curso.
Verdade (fevereiro)
Religião (março)
Classe (abril)
Patriotismo (maio)
Respeito (junho)
Trabalho (julho)
Autossuficiência (agosto)
Monogamia (setembro)
Liberdade (outubro)
Felicidade (novembro)
Empatia (dezembro)
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