Nada pode ser mais aprisionador do que buscar por liberdade infinita
Somos mesmo tão livres assim? Afinal, quanta liberdade é o suficiente? (Reflexões da Prisão Liberdade)
Estamos presas na Prisão Liberdade quando nós, pessoas privilegiadas aqui lendo sobre as Prisões, colocamos nossa própria liberdade individual como meta de vida, uma meta impraticável e inalcançável, uma tentativa insaciável de realizar todos esses desejos infindáveis que surgem dentro de nós, ao mesmo tempo em que vivemos cercadas, e tenho minhas unhas feitas e meu chão varrido, por pessoas que mal possuem a liberdade de existir, cuja mera faculdade de sonhar com uma vida melhor foi propositalmente embotada.
(O tema do Curso das Prisões para o mês de outubro foi a Prisão Liberdade. Nossa aula deveria ter acontecido na quinta, 26, mas cancelei. Sim, porque estou escrevendo esses textos ao vivo e ainda não consegui terminar. A aula agora está marcada para dia 7 de novembro, às 19h. Aqui vai um texto inédito, escrito hoje, para a Prisão Liberdade. Tudo ainda está em aberto e eu adoraria suas perguntas, comentários, sugestões, críticas. Sem diálogo com vocês, nada disso faz sentido.)
O que é liberdade
O primeiro obstáculo para uma conversa frutífera sobre liberdade é definir sobre qual liberdade estamos falando. Assim como o ciúme, sobre o qual falei na Prisão Monogamia, não existe uma única liberdade, mas várias. Então, vamos começar a Prisão Liberdade tentando definir o que é isso que nos aprisiona.
Quando falamos em liberdade, podemos estar falando de liberdade de pensamento (liberdade-de-dentro) ou liberdade de ação (liberdade-de-fora). A liberdade de pensamento é geralmente chamada de livre-arbítrio, é estudada por psicólogos e neurocientistas e dizem que temos cada vez menos do que pensávamos. A liberdade de ação é geralmente chamada de liberdade política, é aquela garantida por nossa constituição e estudada por cientistas sociais.
A liberdade-de-dentro é a liberdade de eu, livremente, dentro de minha própria cabeça, decidir o que quero fazer. A liberdade-de-fora é a liberdade de eu, livremente, no mundo externo, agir conforme minhas decisões.
Ambos os tipos de liberdade só têm como existir juntos. Não faz sentido falar de uma liberdade sem considerar a outra. Não adianta eu ter liberdade de ação de fazer algo que nunca me ocorreu em pensamento que posso fazer. Não adianta eu ter a liberdade-de-dentro de decidir agir de determinada maneira se não tenho a liberdade-de-fora para fazer isso, ou seja, se sou fisica ou politicamente impedido de implementar essa ação.
Ser livre é ser responsável. Ação livre é aquela pela qual eu posso ser responsabilizado. O que faz uma pessoa ser livre para se responsabilizar? Sua liberdade-de-dentro (ela era livre para decidir fazer) e a sua liberdade-de-fora (ela era livre para fazer).
Se digo que alguém é livre, isso quer dizer que essa pessoa é responsável por suas ações. Mas se ela não tem livre-arbítrio, ou seja, liberdade de pensamento, como pode ser responsabilizada? Ou, inversamente, se ela não tem liberdade de ação de protestar contra o governo, ela pode ser responsabilizada por não fazer aquilo que era proibida de fazer, mesmo se tiver o livre-arbítrio, ou seja, a liberdade-de-pensamento para conceber tomar essa ação?
Livre-arbítrio, ou liberdade-de-dentro, ou liberdade de pensamento, só faz sentido se eu dispuser da liberdade política, ou liberdade-de-fora, ou liberdade de ação, para agir no mundo. Inversamente, a liberdade de ação só faz qualquer sentido se eu tiver a liberdade de pensamento para decidir como e quando quero agir.
A história que nossa sociedade nos conta é que dispomos plenamente (ou quase) da liberdade-de-dentro. As poucas exceções (crianças pequenas, pessoas com deficiência mental, etc) são, por isso mesmo, inimputáveis, ou seja, não podem ser condenadas por crimes que cometam porque talvez não tivessem a liberdade de não os cometer. Nós, as demais pessoas, por outro lado, somos plenamente responsáveis por todas as nossas ações, tanto perante a lei dos homens quanto de Deus. (Só podemos ser condenados a uma eternidade de torturas no Inferno por pecados mortais como a masturbação porque Deus nos deu o pleno livre-arbítrio de não os cometer.) Como disse Nietszche, o livro-arbítrio só foi inventado para que possamos ser punidos.*
[*“O livro-arbítrio só foi inventado para que possamos ser punidos, para que possamos nos sentir culpados”, diz Nietszche em Crepúsculo dos ídolos (1888), na seção “Os quatro grandes erros”.]
Já a liberdade-de-fora é quase definida sempre em termos negativos: liberdade seria não ser tolhido em minha liberdade. Todas nós teríamos o potencial de ser plenamente livres se somente não fôssemos tolhidos por pai ou mãe, costumes ou leis da sociedade. Nosso mundo político atual foi fundado no século XVIII com base nessa aspiração de liberdade: se o Estado somente não tolher as pessoas em sua busca natural pela felicidade, se garantir sua liberdade de expressão, de religião, de associação, etc etc, então o mundo naturalmente vai se resolver. Idealmente, todas as pessoas deveriam desfrutar da máxima liberdade-de-fora possível, restringida apenas pelas liberdades das outras pessoas. Não é à toa que outro dos princípios fundacionais de nossas leis é que tudo que não é explicitamente proibido está implicitamente permitido.
No contexto da Prisão Liberdade, vou estar falando de ambos os tipos de liberdade. Quando quiser diferenciá-las, falarei de liberdade de pensamento, ou liberdade-de-dentro, e liberdade de ação, ou liberdade-de-fora.*
[*Sempre me pareceu instintivamente óbvio que ambos os tipos de liberdade só podiam ser pensados juntos e me impressionava muitíssimo só encontrá-los sendo pensados em separado. Quem me ajudou a desatar esse nó foi o filósofo e cientista político Philip Pettit, em A Theory of Freedom: From the Psychology to the Politics of Agency, publicado em 2001 e escrito exatamente para propor uma nova teoria da liberdade que contemplasse ambas as esferas. Esse texto não existiria sem os insights de Petit.]
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Somos mesmo tão livres assim?
Quando decido racionalmente ser não-monogâmico, mas não consigo, porque o simples pensamento da pessoa-que-está-comigo transando fora me enche de raiva, de ciúme, de medo, sentimentos avassaladores e incontroláveis que me oprimem e me impedem de viver o tipo de relacionamento que escolhi... posso me considerar realmente livre?
Quando decido racionalmente me alimentar de forma saudável, mas não consigo, porque sou bombardeado por todos os lados, na TV ou no cinema, no ônibus ou no metrô, por anúncios de carne prensada entre duas fatias de pão e, pior, ao passar pela lanchonete, ainda sou fisicamente atacado por aquele cheiro de carne grelhada e gordura quente, e, em todas as células do meu corpo, milhares de antepassados gritam “vai lá! por mim! eu teria matado por isso!”... posso me considerar realmente livre?
Se a Constituição Federal me garante liberdade de expressão, mas os meios de comunicação de massa do meu país de duzentos milhões de habitantes são controlados pelas mesmas seis famílias e, mais ainda, a escola pública onde estudei não me ensinou a escrever bem o suficiente para ser publicado neles, mesmo se houvesse essa oportunidade, que não existe... posso me considerar realmente livre?
Se a Constituição Federal me garante o direito de estudar em qualquer uma das muitas excelentes universidades federais, mas as escolas públicas onde estudei não me prepararam nem para passar no processo seletivo nem para acompanhar as aulas... posso me considerar realmente livre?
Se tenho o direito de ir e vir, e de consumir o que eu quiser, mas vivo com um salário mínimo que mal me permite sobreviver*... posso me considerar realmente livre?
[*... pois se fosse maior quebraria o país, dizem os economistas liberais. Desenvolvi o tema na Prisão Patriotismo.]
Se não posso servir em um submarino, por ser mulher, ou doar sangue, por ser homossexual... posso me considerar realmente livre?
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A busca por liberdade pode ser uma prisão
Garantir mais liberdade-de-fora, ou seja, mais liberdade de ação, mais liberdade política, a todas as pessoas cidadãs, especialmente aos grupos subalternos e marginalizados, é uma das grandes lutas políticas de nosso tempo.* Mas quando a liberdade vira um objetivo por si só, um fetiche consumista e insaciável, ela pode se tornar uma Prisão.
[*Como vimos na Prisão Classe, uma das definições possíveis de privilégio é ter escolhas: quanto mais privilegiada a pessoa, mais escolhas ela têm, logo, mais livre ela é.]
Afinal, quanta liberdade é liberdade o suficiente?
Se a pergunta nos soa tão non-sense é justamente por ser a liberdade insaciável por definição. (A Felicidade é uma Prisão pelo mesmo motivo; será a próxima.)
Infelizmente, de nada adianta liberdade-de-fora, ou seja, a liberdade de agir, se não houver liberdade-de-dentro, a liberdade de pensar, de conceber, de decidir.
O que também impede mulheres de servirem em submarinos — além, por óbvio, da regra que as proíbe — é o fato de terem sido educadas desde meninas para considerar que submarinos não são para elas, que serviço militar é coisa de homem. (Se mulheres quisessem ser submarinistas nas mesmas proporções que querem ser médicas ou engenheiras, duas profissões nas quais também são sub-representadas, a pressão popular tornaria insustentável a proibição.)
Nossa liberdade-de-fora é muito mais restrita do que deveria ou poderia ser, especialmente se fazemos parte de grupos subalternizados: uma pessoa negra não tem as mesmas liberdades que uma branca, uma mulher não tem as mesmas liberdades que um homem.* (Quem tem interesse em restringir minha liberdade de ação?)
[*Desenvolvo esses temas na Prisão Classe.]
Nossa liberdade-de-dentro é muito mais restrita do que nos vendem, limitada não tanto por nossa genética quanto por nossa falta de imaginação. Uma falta de imaginação que não é natural ou espontânea, mas, pelo contrário, cuidadosamente cultivada. A melhor ferramenta de controle social que existe é uma ideologia que torna impensável o inconformismo, a rebeldia, a insatisfação — especialmente nos grupos subalternizados. (Quem tem interesse em me fazer pensar que sou mais livre do que realmente sou?)
As Prisões são justamente essa ideologia: cada Prisão é uma “verdade” tão gigantesca, consensual e hegemônica que elas nos cegam às suas alternativas. O primeiro pré-requisito para poder des-escolher a Monogamia é conceber que essa é uma alternativa possível, e assim por diante. Somos tão pouco livres que não dispomos nem do vocabulário para articular nossa falta de liberdade.*
[*Essa frase, hoje já quase proverbial e que poderia ser a epígrafe desse Livro das Prisões, é do filósofo esloveno e enfant terrible Slavoj Žižek, e está na introdução de sua coletânea de ensaios Bem-vindo ao Deserto do Real!: Cinco Ensaios Sobre o 11 de Setembro e Datas Relacionadas, publicada no Brasil em 2003 pela Boitempo.]
Quando as classes dirigentes modificam a grade curricular do ensino médio público para substituir História e Geografia, Filosofia e Sociologia, por matérias profissionalizantes, o que estão revelando é exatamente o seu projeto de país. Nas escolas particulares, afinal, as crianças de elite continuarão estudando as disciplinas que vão expandir seus horizontes e prepará-las para gerir a nação. Já as filhas das classes baixas, bem, para quê enganá-las com um potencial ilusório que não tem como se realizar, ou melhor, que não queremos que se realize? Melhor que já saiam da escola como carpinteiras e eletricistas, encanadoras e mecânicas. Afinal, as nossas BMWs não vão se consertar sozinhas. Nada pode ser mais perigoso do que pessoas pobres com aspirações mais altas que sua classe social.
Estamos presas na Prisão Liberdade quando nós, pessoas privilegiadas aqui lendo esse livro sobre Prisões, colocamos nossa própria liberdade individual como meta de vida, uma meta impraticável e inalcançável, uma tentativa insaciável de realizar todos esses desejos infindáveis que surgem dentro de nós, ao mesmo tempo em que vivemos cercadas, e tenho minhas unhas feitas e meu chão varrido, por pessoas que mal possuem a liberdade de existir, cuja mera faculdade de sonhar com uma vida melhor foi propositalmente embotada.
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Como quantificar liberdade?
Há muito tempo atrás, quando eu ensinava Cultura Brasileira em uma universidade norte-americana, parte da aula incluía explicar como funcionava nosso sistema político.
E comentei que, apesar do mito local de que “os Estados Unidos eram a nação mais livre do mundo”, a partir de um certo nível de liberdade, todas as nações livres eram igualmente livres. A Austrália é mais livre que a França? A Argentina que o Japão? Afinal, não existe “liberdade” absoluta: politicamente falando, país livre é aquele onde a liberdade das pessoas cidadãs é limitada por leis que emanam delas e de seus representantes legitimamente eleitos. Naturalmente, por causa da variação nas leis, vão haver coisas, por exemplo, que as cidadãs do Brasil podem fazer que as dos Estados Unidos não podem, e vice-versa, mas, no geral, não faz sentido, nem existiria um critério mensurável objetivo, para afirmar que um desses países é mais livre que o outro.
A turma ficou visivelmente desconfortável pelo estrangeiro cutucando sua vaca sagrada e uma menina bufou:
— Então, me diz uma, uma coisa, que você como brasileiro pode fazer que eu, como americana, não posso.
— Visitar Cuba.
Ficou um silêncio chato.
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Série “As Prisões”
Aqui estão os textos já reescritos, revisados e finalizados em 2023:
Monogamia (em breve)
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O Curso das Prisões
Um curso para nos libertar até mesmo da busca pela liberdade. O que está em jogo é nossa vida.
Curso em resumo
Curso de filosofia prática, com ênfase em liberdade pessoal e consciência política: como viver uma vida mais livre e significativa sem virar o rosto ao sofrimento do mundo. // As Prisões: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia // Sem leituras, com muita conversa, debate, polêmica. // Um tema por mês, durante onze meses: uma conversa livre, no 1º domingo, para abrir o mês de conversas sobre o tema, e uma aula, na última quarta-feira, para fechar. Até 27 de dezembro de 2023. // Encontros e aulas ao vivo via Zoom; aulas gravadas via Facebook; grupo de discussão no Whatsapp. // R$88 mensais, no Apoia-se, por todos os meus cursos. Compre agora.
O que são As Prisões
As Prisões são as bolas de ferro mentais e emocionais que arrastamos pela vida: as ideias pré-concebidas, as tradições mal explicadas, os costumes sem sentido: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia.
O que chamo de As Prisões são sempre prisões cognitivas: armadilhas mentais que construímos para nós mesmas, mentiras gigantescas que nunca questionamos, escolhas hegemônicas que ofuscam possíveis alternativas.
A Monogamia, por exemplo, é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção concebível de organizar nossos relacionamentos, consignando todas as outras alternativas à imoralidade, à falta de sentimentos, ao fracasso: “relacionamento aberto não funciona, é coisa de quem não ama de verdade”.
A Felicidade é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção de fim último para nossas vidas, consignando todas as outras alternativas à condição de suas coadjuvantes e dependentes: “não é que o seu fim último seja ser virtuosa, mas você quer ser virtuosa para ser feliz, logo o seu fim último é ser feliz”.
Quem está “presa” na Prisão Monogamia não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de viver relacionamentos monogâmicos, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, vive relacionamentos monogâmicos por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é viver a Monogamia, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Quem está “presa” na Prisão Felicidade não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de colocar sua própria felicidade individual como fim último de sua vida, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, busca sua própria felicidade por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é buscar a Felicidade, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Cada uma das Prisões, da Verdade à Empatia, do Trabalho à Felicidade, é sempre, antes de mais nada, uma prisão cognitiva, uma percepção incompleta da realidade. Por trás de todas as Prisões está sempre a mesma inimiga: a ignorância.
Funcionamento
Como toda Prisão é uma verdade tão inquestionável que nos impede de perceber outras alternativas, nossas aulas começam sempre por analisá-la e desconstruí-la, para entender como nos limitam, e podermos então enxergar as alternativas que ela esconde.
Cada mês será dedicado a uma Prisão.
No 1º domingo do mês, às 19h, damos início às discussões com uma conversa livre no Zoom. Não é uma aula expositiva, mas uma sessão de troca e de escutatória. Sem a interlocução de vocês, sem ouvir como essa prisão afetou as suas vidas, eu não teria nem como começar a pensar a aula. Aqui, tudo é prático, nada é teórico. O que está em jogo são nossas vidas.
Ao longo do mês, continuamos conversando sobre essa Prisão em nosso grupo do Whatsapp, trocando histórias e experiências. Para quem quiser, vou compartilhando as leituras que estou fazendo sobre o tema, mas nenhuma leitura é obrigatória, nem necessária para a compreensão da aula.
Na última quarta-feira do mês, às 19h, fechamos as discussões com uma aula, também pelo Zoom. Essa aula será expositiva, mas também teremos bastante espaço para debates e conversas.
Aulas gravadas indefinidamente
A gravação em vídeo das aulas expositivas fica disponível em um grupo fechado do Facebook. (É preciso se inscrever no Facebook para ter acesso ao grupo) Mas, juridicamente falando, como não posso garantir “indefinidamente”, garanto que as aulas estarão acessíveis às compradoras do curso, se não no Facebook em outro lugar, no mínimo até 31 de dezembro de 2027. As conversas livres, por serem mais pessoais, não ficam gravadas: são só para quem vier ao vivo. As aulas gravadas só estarão disponíveis para as mecenas do plano CURSOS enquanto durar o apoio. Você pode cancelar seu plano de mecenato a qualquer momento, mas aí perde acesso aos cursos.
Sem leituras
O Curso As Prisões não é um curso de leituras: nenhuma leitura é obrigatória ou recomendada. É um curso de conversas livres e de trocas de experiências, de escutatória e de debates, de reflexão sobre nossas vidas e sobre como viver.
Para cada Prisão, eu listo uma pequena bibliografia, para que vocês saibam quais livros eu utilizei na preparação da aula e para que possam correr atrás das leituras que mais lhes interessem.
Mas não precisa ler nada para participar das aulas, das conversas, das trocas, das discussões.
Sejam as primeiras leitoras do Livro das Prisões
O Livro das Prisões foi contratado pela Rocco em 2017 e eu ainda não consegui escrever. Um de meus objetivos para esse curso é, com a inestimável ajuda da interlocução de vocês, finalmente terminar o livro. Então, junto com a aula, também pretendo disponibilizar o texto dessa Prisão em sua versão final, já pronta para publicar. Todas as alunas do curso serão citadas nos agradecimentos do livro, pois ele certamente nunca teria sido escrito sem a participação de vocês. Já de antemão, agradeço.
Professor
Alex Castro é formado em História pela UFRJ com mestrado em Letras por Tulane University (Nova Orleans, EUA), onde também ensinou Literatura e Cultura Brasileira. Atualmente, é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas da UFRJ. Tem oito livros publicados, no Brasil e no exterior, entre eles A autobiografia do poeta-escravo (Hedra, 2015), Atenção. (Rocco, 2019) e Mentiras Reunidas (Oficina Raquel, 2023). Escreve para a Folha de São Paulo, Suplemento Pernambuco, Quatro Cinco Um, Rascunho.
Meus votos zen-budistas
Pratico zen budismo há dez anos. Todo dia, pela manhã, refaço meus votos: os quatro votos do Bodisatva e os três votos dos pacificadores zen.
Basicamente, eu me comprometo a ajudar as pessoas a 1) se libertarem, 2) enxergarem as ilusões que as limitam, 3) perceberem a realidade em sua plenitude e, assim, 4) agirem no mundo de acordo com essa percepção. E me proponho a fazer isso a partir de 1) uma posição de não-saber, me abrindo às novas situações sem certezas prévias, 2) estando presente de forma plena a cada interação humana, sem virar o rosto nem à dor nem à alegria, e 3) agindo amorosamente.
Esse curso é minha humilde tentativa de agir no mundo de acordo com meus votos. De ajudar as pessoas, minhas alunas e minhas leitoras, a enxergarem suas prisões, se libertarem delas, perceberem a realidade e agirem amorosamente no mundo, questionando suas certezas e nunca virando o rosto nem à dor nem à alegria das outras pessoas.
Dar esse curso, portanto, é minha prática religiosa. Se eu tiver algum sucesso em caminhar ao lado de vocês nesse percurso, minha vida terá sido uma vida bem vivida, e sou grato por tê-la vivido.
Os Quatro Votos do Bodisatva: As criações são inumeráveis, faço o voto de libertá-las; As ilusões são inexauríveis, faço o voto de transformá-las; A realidade é ilimitada, faço o voto de percebê-la; O caminho do despertar é insuperável, faço o voto de corporificá-lo.
Os três votos da Ordem dos Pacificadores Zen: Praticar o não saber, abrindo mão de certezas prévias; Estar presente na alegria e no sofrimento, não virando o rosto à dor alheia; Agir amorosamente, de acordo com essas duas posturas.
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Dúvidas
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Aulas em resumo
Links levam para a descrição de cada aula na ementa do curso.
Verdade (fevereiro)
Religião (março)
Classe (abril)
Patriotismo (maio)
Respeito (junho)
Trabalho (julho)
Autossuficiência (agosto)
Monogamia (setembro)
Liberdade (outubro)
Felicidade (novembro)
Empatia (dezembro)
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