Ser de esquerda é ter consciência de classe. Ser de esquerda é ser sensível aos horrores da sociedade de castas onde nos calhou viver.
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Faz algum tempo, escrevi que brincadeira só é brincadeira se a outra pessoa tem total liberdade de me mandar a merda, ir embora ou responder na mesma moeda.
Brincadeira de cima pra baixo tem outro nome: humilhação.
Penso muito nisso quando me pego tentando mudar o voto da empregada ou do faxineiro, da garçonete ou do taxista.
Ser de esquerda é ter consciência de classe. Ser de esquerda é ser sensível aos horrores da sociedade de castas onde nos calhou viver.
A moça quer apenas servir o meu café e garantir sua gorjeta, esperar o fim do seu turno e descansar em sua cama.
Eu aqui, do alto do meu privilégio, querer lhe ensinar qual é o voto correto me parece desrespeitoso e arrogante, invasivo e imperialista.
Então, em minha vida, também adotei essa regra: só tento mudar o voto de quem pode, livremente, me mandar à merda.
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Pós-escrito tristemente necessário
Como sempre, nos meus textos, estou falando de atitudes que EU tinha, da MINHA autocrítica em relação às MINHAS próprias ações, e das regras que EU criei para MIM mesmo para que eu chegue mais perto de ser a pessoa que EU quero ser.
Sinceramente não tenho opinião alguma sobre o que VOCÊS devem fazer de SUAS vidas. Quem quiser vestir a carapuça que costurei para mim mesmo, que fique à vontade.
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Já te ajudei a enxergar o que antes não enxergava?
A vida ficou difícil pra mim, e criei um Apoia-se.
Se meus textos tiveram impacto em você, se minhas palavras te ajudaram em momentos difíceis, se usa meus argumentos para ganhar discussões, se minhas ideias adicionaram valor à sua vida, por favor, considere fazer uma pequena contribuição recorrente do tamanho desse valor.
Assim, você estará me dando a possibilidade de criar novos textos, produzir novos argumentos, inventar novas ideias.
Um beijo e fiquem bem,
Alex Castro