Não vale a pena trocar o real pelo ilusório
Se trocar liberdade por segurança desse certo, seria até recomendável. O problema é que não existe segurança possível em um universo vasto e insensível, aleatório e entrópico.
Se trocar liberdade por segurança desse certo, seria até recomendável.
Se, ao abrir mão de nossa liberdade, realmente obtivéssemos a segurança de que não seríamos demitidas ou rejeitadas, atropeladas ou infectadas, valeria a pena.
O problema é que não existe segurança possível em um universo vasto e insensível, aleatório e entrópico.
A liberdade, mesmo a pouca e limitada liberdade de que dispomos, é um dom precioso que nos possibilita algum grau de potência e de autonomia perante esse universo que em breve nos matará.
Já a segurança é uma ilusão tão frágil que não sobrevive a um beijo adúltero na copa da empresa, que se desfaz na primeira demissão em massa, que não resiste a um diagnóstico de câncer.
Não vale a pena trocar o real pelo ilusório.
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Porque ensinar livros difíceis
Dou cursos sobre os livros ditos “difíceis” não porque são cursos cabeçudos só para especialistas…
Mas porque são os livros difíceis que as pessoas leitoras comuns precisam da ajuda de especialistas (como eu!) para aproveitar.
Não faz sentido ensinar um livro fácil que qualquer pessoa lê e entende sozinha.
Na Grande Conversa Fundadora, estamos lendo Dante, Rabelais, Camões, Cervantes, Shakespeare, Goethe, Puchkin.
E você? Quer encarar esses gigantes sozinho, ou vem ler junto com a gente?
A aula sobre Gargantua e Pantagruel, de Rabelais, acontece amanhã, 15 de junho.