Menos autoconhecimento, mais autoconstrução
As inscrições para a nova turma do Curso das Prisões estão abertas só até 15 de agosto. Não vai haver outra turma. Corra!
Nesse universo vasto e ilimitado, povoado por incontáveis seres sencientes, quanta importância escolhemos dar ao nosso Eu? Nesse mundo canalha e egoísta, quem queremos nos construir para ser?
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A primeira Prisão no Curso das Prisões é a Verdade. Abaixo, um trechinho da Prisão Verdade. Nossa primeira conversa livre, sobre a Prisão Verdade, acontece no domingo, 18 de agosto de 2024, e a aula, na quarta, 21.
Mas, antes, um aviso importante.
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Curso das Prisões: inscrições só até 15 de agosto de 2024
Os textos das Prisões, que venho escrevendo e reescrevendo, desenvolvendo e corrigindo há 22 anos, talvez sejam a grande obra da minha vida. Agora, em agosto de 2024, vai começar uma nova turma do Curso das Prisões e gostaria muito de ter você lá comigo. Não tem leituras, mas tem muita conversa, debates, reflexões, pensamentos. Na ementa, eu explico o que são As Prisões, uma por uma: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia; e também explico detalhadamente como vai ser o curso. Vem comigo?
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Não existe nenhuma Verdade a descobrir dentro de nós
Não faz sentido falar em “autoconhecimento” ou “autodescobrimento”. Ao contrário da América, que já estava ali, concreta e existente mesmo antes de Cristóvão Colombo, o nosso verdadeiro Eu não está aqui, dentro de nós, deitado em berço esplêndido, só esperando para ser descoberto. E assim como Colombo não descobriu a América, pois ela já tinha sido descoberta e ocupada milhares de anos antes, não temos como “embarcar em uma viagem de autodescobrimento pessoal”, porque não existe nada para descobrir.
Ou melhor, existe sim. Dentro de nós, esperando para ser descoberto, existe o lixo dos séculos, acumulando e fedendo: gostos culturais, regras arbitrárias, fatos errados; o racismo e o machismo, os mais odiosos preconceitos, as mais imbecis superstições, a Outrofobia. Se olharmos dentro de nós e “autodescobrirmos” ou “autoconhecermos” que somos um homem branco hétero que não sente atração por mulheres negras, ou uma pessoa sudestina que acha que as baianas são preguiçosas, ou uma mulher que não consegue se achar bonita com pelos nas axilas… o que isso diz sobre nós enquanto pessoas? Rigorosamente nada. Por outro lado, diz muito sobre a sociedade onde crescemos e sobre as forças culturais às quais fomos expostas.
Se não há nada de essencial ou preexistente dentro de nós a conhecer ou a descobrir, há sim um infinito potencial a se construir. Nossa viagem não é nem de autoconhecimento, nem de autodescoberta, mas de autoconstrução. Nesse universo vasto e ilimitado, povoado por incontáveis seres sencientes, quanta importância escolhemos dar ao nosso Eu? Nesse mundo canalha e egoísta, quem queremos nos construir para ser?
[*Essa subseção reelabora trechos da décima oitava prática de atenção, “Desapegar do Eu”, do meu livro Atenção.]
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O que importa é o que fazemos*
Temos enorme dificuldade em perceber nossos próprios processos internos, tanto mentais quanto emocionais. Por isso, muitas vezes, quem está nos observando de fora, ou seja, nos avaliando por nossas ações de fato e não por nossas autojustificativas, consegue saber o que estamos sentindo melhor que nós mesmas – que nós autojulgamos com base em uma infinidade de informações que, muitas vezes, mais atrapalham que ajudam. Afinal, nós somos o que fazemos, não o que pensamos de nós mesmas.
Boas corretoras imobiliárias, por exemplo, prestam mais atenção na linguagem corporal de potenciais clientes do que naquilo que falam. Nada é mais comum, dizem as corretoras, do que clientes que dizem querer, por exemplo, uma casa antiga, mas que só de fato demonstram empolgação quando visitam apartamentos novos. Não é que as pessoas tenham mentido intencionalmente para a profissional que está procurando seu imóvel: é que elas, de fato, não sabem o que querem. E quem realmente sabe?
Nós não sabemos o que queremos e não sabemos o que sentimos. Quando sabemos, não conseguimos articular verbalmente. Quando conseguiríamos, não ousamos, porque temos vergonha, porque queremos agradar, porque pegaria mal, porque magoaria alguém. Se afirmamos amar espinafre mas nunca compramos espinafre, nunca colocamos espinafre no prato e, quando o prato vem com espinafre, não comemos… então, não amamos espinafre. Talvez até sinceramente acreditemos que amamos. Talvez até queiramos amar. Mas não amamos. Pelo menos, ainda não. Aquilo que fazemos (não comer espinafre) importa mais do que aquilo que falamos (“amo espinafre!”).
Nossa inteligência evoluiu, como vimos, para inventar explicações sofisticadas (e falsas) que justifiquem nossos comportamentos. O problema é que, depois, muitas vezes, elas passam a ditar a pauta de futuras emoções. Uma pessoa que terminou uma relação amorosa a contragosto, ou com muitas dúvidas, ainda gostando muito da ex-parceira, muitas vezes, para se sentir menos insegura por ter escolhido o término, vai construindo ao longo do tempo mais e mais razões lógicas e razoáveis para fundamentar a decisão que já tomou e, assim, acaba desenvolvendo um ranço retrospectivo pela ex – fruto mais da necessidade de reafirmar sua decisão do que de qualquer falha da outra pessoa.
Nossos processos cognitivos tendem a encarar aquilo que sabemos que aconteceu como sendo mais previsível e inevitável do que era ou nos parecia antes que acontecesse. Ou seja, se terminei com ela, era óbvio que eu teria terminado com ela, esse relacionamento não tinha nenhum futuro. (É por causa desse mecanismo mental, aliás, que eu, como historiador, acho tão importante fazermos também uma história contra-factual das coisas que poderiam ter acontecido.)**
Uma velha teoria das emoções, formulada pelo psicólogo William James há mais de cem anos, vem sendo reabilitada pela neurociência: choramos não porque estamos tristes, mas ficamos tristes em resposta ao nosso choro; sinto frio porque percebo que estou tiritando os dentes, etc. No exemplo clássico de James, ao topar com um urso na floresta, não saímos correndo porque estamos com medo: primeiro, saímos correndo; depois, elaboramos retroativamente esse medo como explicação para nossa corrida desabalada. Ou seja, mais uma vez e sempre, somos o que fazemos.
Justamente por isso, outras pessoas muitas vezes conseguem avaliar melhor o que alguém está sentindo do que ela mesma, porque observam o que a pessoa de fato está fazendo enquanto a própria pessoa se perde em introspecções imprecisas, ou severas ou indulgentes. Não é a toa que, muitas vezes, em escolas e escritórios, as colegas já sabem que duas pessoas estão atraídas uma pela outra antes que elas mesmas se dêem conta. (Nossa percepção de macaquinhas gregárias e fofoqueiras nos adaptou para sermos particularmente eficientes em detectar qual macaquinho está pegando qual.)
Por isso, se existe alguma fonte de autoconhecimento realmente verdadeira, realmente útil ela seria não o mergulho em nós mesmas, ou uma introspecção autocentrada e traiçoeira, mas sim a observação de nossos próprios comportamentos, de maneira fria e objetiva, como outra pessoa nos observaria. E, então, ao mudar o modo como agimos estaríamos de fato mudando quem somos. Afinal, de novo e sempre, o que importa é o que fazemos. A verdade de quem somos é a verdade daquilo que de fato fazemos.***
Olhar dentro de nós serve não para autoconhecimento, ou seja, para descobrirmos “a verdade” sobre nós mesmas (que não existe) mas para autoconstrução, ou seja, para construirmos uma narrativa que dê conta da nossa experiência de pessoas humanas. Uma introspecção saudável, portanto, seria um trabalho não de arqueologia (a descoberta de uma verdade há muito enterrada etc) mas sim de crítica literária, onde nós mesmas, nossas ações, processos, sentimentos, seríamos o texto a ser interpretado. E uma das premissas da boa crítica literária é que não existe uma única verdade a ser descoberta em nenhum texto: pelo contrário, ela é a criação de uma nova verdade a partir daquele texto. Do mesmo jeito, uma introspecção saudável não seria uma viagem de descoberta, mas de autoconstrução, para criarmos, a partir de nós mesmas, uma narrativa que seja útil, significativa, benéfica para a pessoa que decidimos ser. Como toda autonarrativa é por definição ficcional, não existiriam autonarrativas verdadeiras ou falsas, mas somente mais úteis ou menos úteis, mais benéficas ou menos benéficas, para o projeto de pessoa que estou tentando me construir para ser.
Ironicamente, o objetivo de uma boa autonarrativa é permitir um certo desapego de nós mesmas. Qualquer autonarrativa que me faça continuamente ruminar as mesmas questões não é algo que me faz bem. Por outro lado, se eu consigo explicar para mim mesma uma experiência traumática de modo que ela não precise mais ser ruminada e reelaborada, então, posso enfim me libertar: ela deixa de ser algo que acontece em minha mente todo dia, toda hora, no presente, agora, para se transformar em algo que me aconteceu, uma vez, na história da minha vida, lá atrás.
Digamos que minha esposa me abandonou de repente sem me dar explicações. Uma autonarrativa possível é que fiz algo de péssimo, tão péssimo que ela nem quis me explicar, só fugiu. O problema dessa autonarrativa é que, verdadeira ou falsa, ela tende a consumir minha vida e dominar meus pensamentos por meses ou anos. Mas o que pode ter sido? Por que ela não me deu uma chance? E se eu perguntar a ela o que eu fiz?, etc. Uma autonarrativa mais benéfica é aquela que me permite, para bem ou para mal, desapegar dessa história, parar de ruminá-la e seguir com a minha vida. Pode ser desde “fiz o meu melhor, se não foi o suficiente para ela, paciência: se ela foi embora sem nem falar comigo, também não era a pessoa que eu achava que era” até “sou uma pessoa difícil, fiz tantas coisas que poderiam ter causado essa fuga: bem, ela tinha direito de ir embora, agora cabe a mim tentar ser uma pessoa melhor em futuros relacionamentos”.
A chave é sair de mim: uma pessoa saudável e bem-resolvida não é a que faz tudo certo (quem seria essa pessoa?) ou, pior, a que acha que faz tudo certo (quem teria um ego tão grande?) ou até mesmo aquela com quem só aconteceram coisas boas (ninguém tem tanta sorte), mas sim quem está em paz com sua história de vida, tanto os altos quanto os baixos, e com suas escolhas, tanto as certas quanto as erradas. Chamamos essas pessoas de bem-resolvidas justamente porque não passam o tempo todo se resolvendo, ou seja, pensando obsessivamente em si mesmas, em quem são, no que fizeram e no que erraram, no que lhes fizeram ou como erraram como elas. Pelo contrário, seu foco é em como agir melhor no futuro, de agora em diante. De um modo ou de outro, o objetivo de uma autonarrativa de sucesso é me libertar da prisão de mim mesmo, da minha obsessão narcísica comigo, com meu ego, com meus traumas, com meus pensamentos.
Penso sempre em uma pintora que foi estuprada três vezes ao longo de sua vida. Não é uma questão de perdoar nossos agressores, ou de se iludir que esse nosso mundo terrível é belo e justo, mas de decidir como será nossa vida daqui pra frente. Quando perguntaram à pintora como se recuperou, ela respondeu:
“Em um dado momento, temos que escolher quem permitimos que nos influencie. Eu poderia me permitir ser influenciada pelos três homens que me fuderam contra a vontade, ou podia escolher ser influenciada por Van Gogh. Escolhi Van Gogh.”****
[*Subseção baseada em Strangers to ourselves: discovering the adaptive unconscious, de Timothy D. Wilson, com alguns trechos da 19ª prática de atenção, “Escolher agir com cuidado”, do meu livro Atenção.]
[**Desenvolvo esse tema na Prisão Patriotismo.]
[***Desenvolvo essa ideia mais a fundo na 19ª prática de atenção, “Escolher agir com cuidado”, do meu livro Atenção.]
[****Essa história está em Pequenas delicadezas, de Cheryl Strayed, publicado em 2012.]
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O Curso das Prisões
Todo primeiro domingo do mês, às 19h, teremos uma conversa livre no Zoom, que não ficará gravada, para darmos o pontapé inicial nas discussões sobre a Prisão do mês. (A primeira acontece domingo agora, 4 de agosto, sobre a Prisão Verdade.) É um espaço mais íntimo, para trocarmos, compartilharmos, ouvirmos experiências sobre como essa Prisão específica afeta nossas vidas.
Depois, ao longo do mês, continuamos as conversas, trocando links e textos, no grupo de Whatsapp. Não tem leituras: é papo e pensamento.
Por fim, na terceira quarta-feira do mês, também às 19h, eu dou uma aula tentando juntar todas as minhas leituras, responder às principais dúvidas e questões de vocês, amarrar a teoria com a prática. Essas aulas acontecem ao vivo no Zoom e depois ficam disponíveis indefinidamente em um grupo privado no Facebook. (A primeira aula acontece na quarta, 21 de agosto, sobre a Prisão Verdade.)
O curso, como tudo que eu faço, será exclusivo para mecenas do plano CURSOS, que custa R$88 por mês e dá acesso não só a textos exclusivos e descontos em todos os meus livros e eventos, mas também a todos os meus cursos, passados, presentes, futuros, enquanto durar o seu apoio.
Para saber mais, confira a ementa completa, ou compre agora. :)
Abaixo, tem mais detalhes.
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O Curso das Prisões
Um curso para nos libertar até mesmo da busca pela liberdade. O que está em jogo é nossa vida.
As inscrições para a nova turma (2024/25) já estão abertas, até 15 de agosto. As aulas começam no dia 21 de agosto.
Curso em resumo
Curso de filosofia prática, com ênfase em liberdade pessoal e consciência política: como viver uma vida mais livre e significativa sem virar o rosto ao sofrimento do mundo. // As Prisões: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia // Sem leituras, com muita conversa, debate, polêmica. // Um tema por mês, durante onze meses: uma conversa livre, no 1º domingo, e uma aula, na 3ª quarta-feira. // Encontros e aulas ao vivo via Zoom; aulas gravadas via Facebook; grupo de discussão no Whatsapp. // R$88 mensais, no Apoia-se, por todos os meus cursos. Compre agora.
O que são As Prisões
As Prisões são as bolas de ferro mentais e emocionais que arrastamos pela vida: as ideias pré-concebidas, as tradições mal explicadas, os costumes sem sentido: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia.
O que chamo de As Prisões são sempre prisões cognitivas: armadilhas mentais que construímos para nós mesmas, mentiras gigantescas que nunca questionamos, escolhas hegemônicas que ofuscam possíveis alternativas.
A Monogamia, por exemplo, é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção concebível de organizar nossos relacionamentos, consignando todas as outras alternativas à imoralidade, à falta de sentimentos, ao fracasso: “relacionamento aberto não funciona, é coisa de quem não ama de verdade”.
A Felicidade é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção de fim último para nossas vidas, consignando todas as outras alternativas à condição de suas coadjuvantes e dependentes: “não é que o seu fim último seja ser virtuosa, mas você quer ser virtuosa para ser feliz, logo o seu fim último é ser feliz”.
Quem está “presa” na Prisão Monogamia não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de viver relacionamentos monogâmicos, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, vive relacionamentos monogâmicos por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é viver a Monogamia, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Quem está “presa” na Prisão Felicidade não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de colocar sua própria felicidade individual como fim último de sua vida, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, busca sua própria felicidade por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é buscar a Felicidade, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Cada uma das Prisões, da Verdade à Empatia, do Trabalho à Felicidade, é sempre, antes de mais nada, uma prisão cognitiva, uma percepção incompleta da realidade. Por trás de todas as Prisões está sempre a mesma inimiga: a ignorância.
Funcionamento
Como toda Prisão é uma verdade tão inquestionável que nos impede de perceber outras alternativas, nossas aulas começam sempre por analisá-la e desconstruí-la, para entender como nos limitam, e podermos então enxergar as alternativas que ela esconde.
Cada mês será dedicado a uma Prisão.
No 1º domingo do mês, às 19h, damos início às discussões com uma conversa livre no Zoom. Não é uma aula expositiva, mas uma sessão de troca e de escutatória. Sem a interlocução de vocês, sem ouvir como essa prisão afetou as suas vidas, eu não teria nem como começar a pensar a aula. Aqui, tudo é prático, nada é teórico. O que está em jogo são nossas vidas.
Ao longo do mês, continuamos conversando sobre essa Prisão em nosso grupo do Whatsapp, trocando histórias e experiências. Para quem quiser, vou compartilhando as leituras que estou fazendo sobre o tema, mas nenhuma leitura é obrigatória, nem necessária para a compreensão da aula.
Na terceira quarta-feira do mês, às 19h, fechamos as discussões com uma aula, também pelo Zoom. Essa aula será expositiva, mas também teremos bastante espaço para debates e conversas.
Aulas gravadas indefinidamente
A gravação em vídeo das aulas expositivas fica disponível em um grupo fechado do Facebook. (É preciso se inscrever no Facebook para ter acesso ao grupo) Mas, juridicamente falando, como não posso garantir “indefinidamente”, garanto que as aulas estarão acessíveis às compradoras do curso, se não no Facebook em outro lugar, no mínimo até 31 de dezembro de 2027. As conversas livres, por serem mais pessoais, não ficam gravadas: são só para quem vier ao vivo. As aulas gravadas só estarão disponíveis para as mecenas do plano CURSOS enquanto durar o apoio. Você pode cancelar seu plano de mecenato a qualquer momento, mas aí perde acesso aos cursos.
Sem leituras
O Curso As Prisões não é um curso de leituras: nenhuma leitura é obrigatória ou recomendada. É um curso de conversas livres e de trocas de experiências, de escutatória e de debates, de reflexão sobre nossas vidas e sobre como viver.
Para cada Prisão, eu listo uma pequena bibliografia, para que vocês saibam quais livros eu utilizei na preparação da aula e para que possam correr atrás das leituras que mais lhes interessem.
Mas não precisa ler nada para participar das aulas, das conversas, das trocas, das discussões.
Sejam as primeiras leitoras do Livro das Prisões
O Livro das Prisões foi contratado pela Rocco em 2017 e eu ainda não consegui escrever. Um de meus objetivos para esse curso é, com a inestimável ajuda da interlocução de vocês, finalmente terminar o livro. Então, junto com a aula, também pretendo disponibilizar o texto dessa Prisão em sua versão final, já pronta para publicar. Todas as alunas do curso serão citadas nos agradecimentos do livro, pois ele certamente nunca teria sido escrito sem a participação de vocês. Já de antemão, agradeço.
Professor
Alex Castro é formado em História pela UFRJ com mestrado em Letras-Espanhol por Tulane University (Nova Orleans, EUA), onde também ensinou Literatura e Cultura Brasileira. Tem oito livros publicados, no Brasil e no exterior, entre eles A autobiografia do poeta-escravo (Hedra, 2015), Atenção. (Rocco, 2019) e Mentiras Reunidas (Oficina Raquel, 2023). Escreve sobre literatura para a Folha de S.Paulo, 451, Suplemento Pernambuco e Rascunho. Atualmente, é mestrando do PPGLEN (Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas), da UFRJ.
Meus votos zen-budistas
Pratico zen budismo há dez anos. Todo dia, pela manhã, refaço meus votos: os quatro votos do Bodisatva e os três votos dos pacificadores zen.
Basicamente, eu me comprometo a ajudar as pessoas a 1) se libertarem, 2) enxergarem as ilusões que as limitam, 3) perceberem a realidade em sua plenitude e, assim, 4) agirem no mundo de acordo com essa percepção. E me proponho a fazer isso a partir de 1) uma posição de não-saber, me abrindo às novas situações sem certezas prévias, 2) estando presente de forma plena a cada interação humana, sem virar o rosto nem à dor nem à alegria, e 3) agindo amorosamente.
Esse curso é minha humilde tentativa de agir no mundo de acordo com meus votos. De ajudar as pessoas, minhas alunas e minhas leitoras, a enxergarem suas prisões, se libertarem delas, perceberem a realidade e agirem amorosamente no mundo, questionando suas certezas e nunca virando o rosto nem à dor nem à alegria das outras pessoas.
Dar esse curso, portanto, é minha prática religiosa. Se eu tiver algum sucesso em caminhar ao lado de vocês nesse percurso, minha vida terá sido uma vida bem vivida, e sou grato por tê-la vivido.
Os Quatro Votos do Bodisatva: As criações são inumeráveis, faço o voto de libertá-las; As ilusões são inexauríveis, faço o voto de transformá-las; A realidade é ilimitada, faço o voto de percebê-la; O caminho do despertar é insuperável, faço o voto de corporificá-lo.
Os três votos da Ordem dos Pacificadores Zen: Praticar o não saber, abrindo mão de certezas prévias; Estar presente na alegria e no sofrimento, não virando o rosto à dor alheia; Agir amorosamente, de acordo com essas duas posturas.
Compre
O Curso das Prisões é exclusivo para as mecenas dos planos CURSOS ou MIDAS do meu Apoia-se.
Para fazer o curso completo (11 aulas expositivas + 11 encontros livres + grupo no Facebook + grupo de Whatsapp):
R$88 mensais, via Apoia-se: comprando o plano Mecenas CURSOS (ou superior), você tem acesso a todos os meus cursos enquanto durar o seu apoio, além de ganhar muitas outras recompensas, como textos e aulas avulsas exclusivas. Como bônus, coloco seu nome na lista das mecenas. Você pode cancelar o seu plano a qualquer momento, mas aí perde acesso aos cursos. (O Apoia-se aceita todos os cartões de crédito e boleto).
Não são vendidas aulas individuais. Não existem outras formas de pagamento. Quem estiver no estrangeiro e não tiver cartão de crédito ou conta bancária brasileira, fale comigo: eu@alexcastro.com.br
Dúvidas
Somente por email: eu@alexcastro.com.br
Aulas em resumo
Links levam para a descrição da aula nessa página.
Verdade (agosto 24)
Religião (setembro 24)
Classe (outubro 24)
Patriotismo (novembro 24)
Respeito (dezembro 24)
Trabalho (janeiro 25)
Autossuficiência (fevereiro 25)
Monogamia (março 25)
Liberdade (abril 25)
Felicidade (maio 25)
Empatia (junho 25)
Convencida?
Dúvidas
Somente por email: eu@alexcastro.com.br
Linguagem não-sexista
Em meus textos, para chamar atenção para o sexismo de nossa língua, inverto a norma e uso o feminino como gênero neutro. Não porque troquei um sexismo por outro, mas porque o gênero da palavra “pessoa” é feminino.
Trocar “meus alunos não calam a boca” por “minhas alunas não calam a boca” só mantém o sexismo da língua. Pior: sugere que são apenas as minhas alunas mulheres que não calam a boca.
Por isso, hoje, digo “minhas pessoas alunas não calam a boca.” Essa tem sido, pra mim, a maneira não-sexista de escrever.
Mais detalhes aqui: Mini manual pessoal para uso não-sexista da língua.
Calendário de aulas e atividades para 2024
1º domingo, 19h: Conversa livre Curso As Prisões (a partir de agosto)
2ª quarta-feira, 19h: Aula avulsa para Mecenas
3ª quarta-feira, 19h: aula Curso As Prisões (a partir de agosto)
Último domingo, 19h: Piquenique não-monogamia
Última quarta-feira, 19h: aula Grande Conversa Medieval