Filho nativo, de Richard Wright, romance existencialista
Um grande romance filosófico sobre subalternidade e a condição humana.
“Filho nativo”, escrito por Richard Wright em 1940 e relançado pela Companhia das Letras, é um dos grandes romances filosóficos da literatura. O fato de ser raramente pensado assim é sintoma do nosso racismo estrutural.
Curso das Prisões: nova turma começando em agosto de 2024
Antes, um aviso importante. Os textos das Prisões, que venho escrevendo e reescrevendo, desenvolvendo e corrigindo há 22 anos, talvez sejam a grande obra da minha vida. Agora, em agosto de 2024, vai começar uma nova turma do Curso das Prisões e gostaria muito de ter você lá comigo. Não tem leituras, mas tem muita conversa, debates, reflexões, pensamentos. Na ementa, eu explico o que são As Prisões, uma por uma: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia; e também explico detalhadamente como vai ser o curso. Vem comigo?
Filho nativo, romance existencialista
A edição brasileira de “Filho nativo” é enriquecida por um posfácio excelente, “Notas sobre um filho nativo, preconceito do absurdo racista”, escrito por Mário Augusto Medeiros da Silva. Um de seus muitos méritos é situar “Filho nativo” na corrente do existencialismo, mostrando Bigger como um precursor de Mersault, protagonista de “O estrangeiro”, de Camus, lançado somente dois anos depois. Fica faltando, porém, um paratexto fundamental: “Como Bigger nasceu”, originalmente uma palestra dada por Wright no mesmo ano em que o romance foi lançado e, mais tarde, frequentemente republicada como posfácio em reedições de “Filho nativo”.
(Essa resenha saiu no caderno Ilustrada da Folha de São Paulo em versão muito, muito reduzida. Essa aqui na newsletter é a versão expandida. Peço a todas vocês que cliquem e divulguem também a matéria original da Folha e, para quem for assinante, por favor, deixe um comentário lá, pra eles verem que meus textos bombam. De qualquer modo, aqui ou lá, sempre quero muito saber o que pensaram, sintam-se à vontade para comentar. :) Todas minhas resenhas para a Folha. // Clicando nos links de livros e comprando qualquer coisa na Amazon – não necessariamente o item que você clicou – eu ganho uma comissão e te agradeço demais por apoiar o meu trabalho. // Todo mês, eu dou uma aula avulsa de literatura para minhas mecenas. “Filho nativo”, de Richard Wright, será a nossa leitura da aula de setembro, na quarta, 11, às 19h. Então, podem comprar e ler, vale muito a pena.)
Pouco antes, Wright tinha publicado um livro de histórias infantis entitulado “As crianças do Pai Tomás”, dialogando com o famoso romance abolicionista “A cabana do Pai Tomás” (1852), de Harriet Beecher Stowe. Em “Como nasceu Bigger”, ele confessa:
“Quando as resenhas começaram a chegar, percebi que tinha cometido um erro terrivelmente ingênuo: eu tinha escrito um livro que uma filha de banqueiro podia ler, chorar e, depois, se sentir melhor. E me prometi que, se escrevesse outro livro, ninguém choraria. Ele seria tão duro e tão profundo que teriam que encará-lo sem o consolo das lágrimas.”
Na primeira parte de “Filho nativo, “Medo”, conhecemos Bigger Thomas, jovem negro que ganha a vida com pequenos roubos. Contratado para ser motorista da família branca mais rica da cidade, acaba matando a filha do patrão. Na segunda parte, “Voo”, o romance assume os contornos de “Crime e Castigo”. Raskolnikov às avessas, Bigger comete o assassinato não por se considerar super-homem, mas sim sub-humano. Na tentativa de retomar alguma sensação de poder sobre a própria vida, Bigger acaba estuprando e matando sua própria namorada. Finalmente, na terceira parte, “Destino”, ele é preso, julgado, condenado. O romance termina, como “O estrangeiro” (1942), de Camus, às vésperas da execução do protagonista.
Como se não bastasse Wright esfregar na cara dos Estados Unidos seu próprio racismo, ele ainda tinha a ousadia de ser membro do Partido Comunista. Alguns dos personagens mais simpáticos do livro são comunistas, como o amigo da filha do patrão, que Bigger tenta culpar pelo crime e que o perdoa mesmo assim, e o advogado que o Partido oferece para defendê-lo. Enquanto isso, a família dos capitalistas brancos é mostrada com toda a simpatia do mundo: são pessoas de bom coração, doam para causas sociais, mas cobram aluguel mais caro dos inquilinos negros que dos brancos. O advogado comunista até pergunta: “por que não fazer menos caridade e cobrar um aluguel justo?”
Depois de “Filho nativo”, Wright escreveu a não-ficção autobiográfica “Black boy”, em 1945, sobre sua infância no mundo racista do Sul dos Estados Unidos. Rapidamente alçado à condição de “o autor negro mais famoso do mundo”, se mudou para a França em 1947, onde passou o resto da vida, até morrer de ataque cardíaco em 1960, ainda jovem, aos 52 anos.
Um erro bobo da edição brasileira: no posfácio, Medeiros da Silva corretamente se refere à Wright, que passou os últimos treze anos de vida na França, como “expatriado”. Mas aí a leitora vira a página e a orelha do livro, não assinada, se refere ao autor como “exilado”. A diferença não poderia ser maior: um expatriado como Wright pode voltar para casa quando quiser; um exilado não. Chamar um expatriado voluntário de exilado é uma ofensa a todas as pessoas, no passado e no presente, que foram e estão efetivamente exiladas de seus países.
No Brasil, temos nosso próprio “Filho nativo”. Em 1869, Joaquim Manuel de Macedo publicou “As vítimas-algozes”, tentando mostrar que quando as pessoas brancas tratam as negras como animais acabam sendo suas primeiras vítimas. O livro de Macedo tem um enorme valor – ao menos trata as pessoas negras como agentes de suas vidas, o que não acontecia na literatura do XIX – mas também é criticado por ser um autor branco descrevendo pessoas negras brutalizadas e imorais. Setenta anos depois, escrevendo a partir da própria comunidade negra e com muito mais talento, Wright conseguiu escrever a obra-prima que Macedo jamais conseguiria.
Em 1988, a pensadora indiana Gayatri Spivak publicou o influente ensaio “Pode o subalterno falar?” Paul Gilroy, autor de “O Atlântico Negro” (1993), clássico contemporâneo dos estudos culturais publicado no Brasil pela 34, talvez acrescentasse: “Pode o subalterno falar... de algo que não seja sua condição subalterna?”
Para Gilroy, Wright foi o autor negro mais famoso do mundo enquanto escrevia livros sobre a condição negra nos EUA, como “Filho nativo” e “Black boy”, mas quando foi para a Europa e tentou abrir seu leque de interesses, foi ignorado. Era como se o público dissesse: “Você é um menino negro: lamba os beiços por estarmos dispostas a ouvir suas vivências de menino negro. Não tenha a presunção de achar que queremos ler suas opiniões sobre filosofia continental!” No capítulo 5 de “O Atlântico Negro”, Gilroy nos desafia a dialogar também com o Wright europeu, engajado nos grandes temas de sua época, como existencialismo e anticolonialismo, psiquiatria e psicanálise.
Desde então, várias pessoas estudiosas têm explicitamente aceitado o desafio de Gilroy, entre elas Margaret A. Simons, em seu livro “Beauvoir and the second sex: Feminism, race, and the origins of existentialism”, de 2000, inédito no Brasil. No capítulo 11, a autora afirma que uma das grandes inovações metodológicas de "O segundo sexo", obra-prima de Simone de Beauvoir, foi a comparação sustentada entre opressão racial e opressão de gênero. Simons defende que existem evidências suficientes, tanto na obra em si, onde Wright é citado algumas vezes, quanto em outras obras e na sua correspondência, para demonstrar que as opiniões de Beauvoir sobre raça foram profundamente influenciadas não só pela obra de Wright mas também pelo convívio pessoal entre ambos os autores – Beauvoir viajou pelos EUA ciceroneada por Wright, e o resultado foi seu livro “A América dia a dia”, publicado em 1948. Ou seja, para Simons, Wright não sofreu apenas influência passiva dos pensadores existencialistas europeus, mas que também os influenciou ativamente, em um diálogo fecundo.
Por exemplo, em "O segundo sexo", Beauvoir defende que não se nasce mulher, mas sim a pessoa se transforma em mulher através de intervenção de um Outro. Wright, em "Filho nativo" e "Black boy”, descreve o mesmo fenômeno, o processo da pessoa se reconhecer negra. Em uma entrevista citada por Simons, Beauvoir comenta que ficou especialmente movida por um comentário de Bigger, ainda no começo, quando ele olha pra cima e comenta do peso que é saber que ele nunca poderá pilotar um avião. Essa também é a experiência feminina: olhar em volta e lamentar tudo que nunca terá a possibilidade de fazer.
Como pode ser livre e potente a pessoa que internalizou os preconceitos limitantes que a sociedade projeta sobre ela?
Quando um homem branco como Camus fala de si mesmo consideramos que está falando da condição humana de modo geral. Já a pessoa subalterna, seja negra, mulher, gay, etc, recebe sempre o rótulo de “identitária”. Por isso, “O estrangeiro” é lido como um romance existencialista e “Filho nativo”, que elaborou os mesmos temas de forma ainda mais potente, como “apenas” um romance sobre a condição negra.
Mas, nas palavras de Gilroy, não é que Wright estava se esforçando para validar a experiência afroamericana em termos europeus, mas, pelo contrário, estava demonstrando como essa experiência lhe permitiu enxergar com clareza “a mesma constelação de problemas que esses autores existencialistas haviam identificado em contextos mais sublimes.”
Todo mês, eu dou uma aula avulsa de literatura para minhas mecenas. “Filho nativo”, de Richard Wright, será a nossa leitura da aula de setembro, na quarta, 11, às 19h. Então, podem comprar e ler, vale muito a pena.
Serviço:
Título: Filho nativo
Preço: R$ 119,90 (504 págs.)
Autoria: Richard Wright
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Fernanda Silva e Sousa
Nota: cinco estrelas
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O Curso das Prisões
Todo primeiro domingo do mês, às 19h, teremos uma conversa livre no Zoom, que não ficará gravada, para darmos o pontapé inicial nas discussões sobre a Prisão do mês. (A primeira acontece domingo agora, 4 de agosto, sobre a Prisão Verdade.) É um espaço mais íntimo, para trocarmos, compartilharmos, ouvirmos experiências sobre como essa Prisão específica afeta nossas vidas.
Depois, ao longo do mês, continuamos as conversas, trocando links e textos, no grupo de Whatsapp. Não tem leituras: é papo e pensamento.
Por fim, na terceira quarta-feira do mês, também às 19h, eu dou uma aula tentando juntar todas as minhas leituras, responder às principais dúvidas e questões de vocês, amarrar a teoria com a prática. Essas aulas acontecem ao vivo no Zoom e depois ficam disponíveis indefinidamente em um grupo privado no Facebook. (A primeira aula acontece na quarta, 21 de agosto, sobre a Prisão Verdade.)
O curso, como tudo que eu faço, será exclusivo para mecenas do plano CURSOS, que custa R$88 por mês e dá acesso não só a textos exclusivos e descontos em todos os meus livros e eventos, mas também a todos os meus cursos, passados, presentes, futuros, enquanto durar o seu apoio.
Para saber mais, confira a ementa completa, ou compre agora. :)
Abaixo, tem mais detalhes.
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O Curso das Prisões
Um curso para nos libertar até mesmo da busca pela liberdade. O que está em jogo é nossa vida.
As inscrições para a nova turma (2024/25) já estão abertas, até 15 de agosto. As aulas começam no dia 21 de agosto.
Curso em resumo
Curso de filosofia prática, com ênfase em liberdade pessoal e consciência política: como viver uma vida mais livre e significativa sem virar o rosto ao sofrimento do mundo. // As Prisões: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia // Sem leituras, com muita conversa, debate, polêmica. // Um tema por mês, durante onze meses: uma conversa livre, no 1º domingo, e uma aula, na 3ª quarta-feira. // Encontros e aulas ao vivo via Zoom; aulas gravadas via Facebook; grupo de discussão no Whatsapp. // R$88 mensais, no Apoia-se, por todos os meus cursos. Compre agora.
O que são As Prisões
As Prisões são as bolas de ferro mentais e emocionais que arrastamos pela vida: as ideias pré-concebidas, as tradições mal explicadas, os costumes sem sentido: Verdade, Religião, Classe, Patriotismo, Respeito, Trabalho, Autossuficiência, Monogamia, Liberdade, Felicidade, Empatia.
O que chamo de As Prisões são sempre prisões cognitivas: armadilhas mentais que construímos para nós mesmas, mentiras gigantescas que nunca questionamos, escolhas hegemônicas que ofuscam possíveis alternativas.
A Monogamia, por exemplo, é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção concebível de organizar nossos relacionamentos, consignando todas as outras alternativas à imoralidade, à falta de sentimentos, ao fracasso: “relacionamento aberto não funciona, é coisa de quem não ama de verdade”.
A Felicidade é uma prisão não porque seja ruim ou desaconselhável em si, mas porque se apresenta como sendo a única opção de fim último para nossas vidas, consignando todas as outras alternativas à condição de suas coadjuvantes e dependentes: “não é que o seu fim último seja ser virtuosa, mas você quer ser virtuosa para ser feliz, logo o seu fim último é ser feliz”.
Quem está “presa” na Prisão Monogamia não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de viver relacionamentos monogâmicos, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, vive relacionamentos monogâmicos por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é viver a Monogamia, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Quem está “presa” na Prisão Felicidade não é a pessoa que fez a escolha livre e consciente de colocar sua própria felicidade individual como fim último de sua vida, mas sim aquela que, por ignorar a opção de não fazer isso, por nunca ter percebido a verdadeira gama de diferentes alternativas que lhe estavam abertas, busca sua própria felicidade por default, como se essa fosse a única possibilidade concebível. Sua prisão (cognitiva) não é buscar a Felicidade, mas ignorar a realidade que existe além dela.
Cada uma das Prisões, da Verdade à Empatia, do Trabalho à Felicidade, é sempre, antes de mais nada, uma prisão cognitiva, uma percepção incompleta da realidade. Por trás de todas as Prisões está sempre a mesma inimiga: a ignorância.
Funcionamento
Como toda Prisão é uma verdade tão inquestionável que nos impede de perceber outras alternativas, nossas aulas começam sempre por analisá-la e desconstruí-la, para entender como nos limitam, e podermos então enxergar as alternativas que ela esconde.
Cada mês será dedicado a uma Prisão.
No 1º domingo do mês, às 19h, damos início às discussões com uma conversa livre no Zoom. Não é uma aula expositiva, mas uma sessão de troca e de escutatória. Sem a interlocução de vocês, sem ouvir como essa prisão afetou as suas vidas, eu não teria nem como começar a pensar a aula. Aqui, tudo é prático, nada é teórico. O que está em jogo são nossas vidas.
Ao longo do mês, continuamos conversando sobre essa Prisão em nosso grupo do Whatsapp, trocando histórias e experiências. Para quem quiser, vou compartilhando as leituras que estou fazendo sobre o tema, mas nenhuma leitura é obrigatória, nem necessária para a compreensão da aula.
Na terceira quarta-feira do mês, às 19h, fechamos as discussões com uma aula, também pelo Zoom. Essa aula será expositiva, mas também teremos bastante espaço para debates e conversas.
Aulas gravadas indefinidamente
A gravação em vídeo das aulas expositivas fica disponível em um grupo fechado do Facebook. (É preciso se inscrever no Facebook para ter acesso ao grupo) Mas, juridicamente falando, como não posso garantir “indefinidamente”, garanto que as aulas estarão acessíveis às compradoras do curso, se não no Facebook em outro lugar, no mínimo até 31 de dezembro de 2027. As conversas livres, por serem mais pessoais, não ficam gravadas: são só para quem vier ao vivo. As aulas gravadas só estarão disponíveis para as mecenas do plano CURSOS enquanto durar o apoio. Você pode cancelar seu plano de mecenato a qualquer momento, mas aí perde acesso aos cursos.
Sem leituras
O Curso As Prisões não é um curso de leituras: nenhuma leitura é obrigatória ou recomendada. É um curso de conversas livres e de trocas de experiências, de escutatória e de debates, de reflexão sobre nossas vidas e sobre como viver.
Para cada Prisão, eu listo uma pequena bibliografia, para que vocês saibam quais livros eu utilizei na preparação da aula e para que possam correr atrás das leituras que mais lhes interessem.
Mas não precisa ler nada para participar das aulas, das conversas, das trocas, das discussões.
Sejam as primeiras leitoras do Livro das Prisões
O Livro das Prisões foi contratado pela Rocco em 2017 e eu ainda não consegui escrever. Um de meus objetivos para esse curso é, com a inestimável ajuda da interlocução de vocês, finalmente terminar o livro. Então, junto com a aula, também pretendo disponibilizar o texto dessa Prisão em sua versão final, já pronta para publicar. Todas as alunas do curso serão citadas nos agradecimentos do livro, pois ele certamente nunca teria sido escrito sem a participação de vocês. Já de antemão, agradeço.
Professor
Alex Castro é formado em História pela UFRJ com mestrado em Letras-Espanhol por Tulane University (Nova Orleans, EUA), onde também ensinou Literatura e Cultura Brasileira. Tem oito livros publicados, no Brasil e no exterior, entre eles A autobiografia do poeta-escravo (Hedra, 2015), Atenção. (Rocco, 2019) e Mentiras Reunidas (Oficina Raquel, 2023). Escreve sobre literatura para a Folha de S.Paulo, 451, Suplemento Pernambuco e Rascunho. Atualmente, é mestrando do PPGLEN (Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas), da UFRJ.
Meus votos zen-budistas
Pratico zen budismo há dez anos. Todo dia, pela manhã, refaço meus votos: os quatro votos do Bodisatva e os três votos dos pacificadores zen.
Basicamente, eu me comprometo a ajudar as pessoas a 1) se libertarem, 2) enxergarem as ilusões que as limitam, 3) perceberem a realidade em sua plenitude e, assim, 4) agirem no mundo de acordo com essa percepção. E me proponho a fazer isso a partir de 1) uma posição de não-saber, me abrindo às novas situações sem certezas prévias, 2) estando presente de forma plena a cada interação humana, sem virar o rosto nem à dor nem à alegria, e 3) agindo amorosamente.
Esse curso é minha humilde tentativa de agir no mundo de acordo com meus votos. De ajudar as pessoas, minhas alunas e minhas leitoras, a enxergarem suas prisões, se libertarem delas, perceberem a realidade e agirem amorosamente no mundo, questionando suas certezas e nunca virando o rosto nem à dor nem à alegria das outras pessoas.
Dar esse curso, portanto, é minha prática religiosa. Se eu tiver algum sucesso em caminhar ao lado de vocês nesse percurso, minha vida terá sido uma vida bem vivida, e sou grato por tê-la vivido.
Os Quatro Votos do Bodisatva: As criações são inumeráveis, faço o voto de libertá-las; As ilusões são inexauríveis, faço o voto de transformá-las; A realidade é ilimitada, faço o voto de percebê-la; O caminho do despertar é insuperável, faço o voto de corporificá-lo.
Os três votos da Ordem dos Pacificadores Zen: Praticar o não saber, abrindo mão de certezas prévias; Estar presente na alegria e no sofrimento, não virando o rosto à dor alheia; Agir amorosamente, de acordo com essas duas posturas.
Compre
O Curso das Prisões é exclusivo para as mecenas dos planos CURSOS ou MIDAS do meu Apoia-se.
Para fazer o curso completo (11 aulas expositivas + 11 encontros livres + grupo no Facebook + grupo de Whatsapp):
R$88 mensais, via Apoia-se: comprando o plano Mecenas CURSOS (ou superior), você tem acesso a todos os meus cursos enquanto durar o seu apoio, além de ganhar muitas outras recompensas, como textos e aulas avulsas exclusivas. Como bônus, coloco seu nome na lista das mecenas. Você pode cancelar o seu plano a qualquer momento, mas aí perde acesso aos cursos. (O Apoia-se aceita todos os cartões de crédito e boleto).
Não são vendidas aulas individuais. Não existem outras formas de pagamento. Quem estiver no estrangeiro e não tiver cartão de crédito ou conta bancária brasileira, fale comigo: eu@alexcastro.com.br
Dúvidas
Somente por email: eu@alexcastro.com.br
Aulas em resumo
Links levam para a descrição da aula nessa página.
Verdade (agosto 24)
Religião (setembro 24)
Classe (outubro 24)
Patriotismo (novembro 24)
Respeito (dezembro 24)
Trabalho (janeiro 25)
Autossuficiência (fevereiro 25)
Monogamia (março 25)
Liberdade (abril 25)
Felicidade (maio 25)
Empatia (junho 25)
Convencida?
Dúvidas
Somente por email: eu@alexcastro.com.br
Linguagem não-sexista
Em meus textos, para chamar atenção para o sexismo de nossa língua, inverto a norma e uso o feminino como gênero neutro. Não porque troquei um sexismo por outro, mas porque o gênero da palavra “pessoa” é feminino.
Trocar “meus alunos não calam a boca” por “minhas alunas não calam a boca” só mantém o sexismo da língua. Pior: sugere que são apenas as minhas alunas mulheres que não calam a boca.
Por isso, hoje, digo “minhas pessoas alunas não calam a boca.” Essa tem sido, pra mim, a maneira não-sexista de escrever.
Mais detalhes aqui: Mini manual pessoal para uso não-sexista da língua.
Calendário de aulas e atividades para 2024
1º domingo, 19h: Conversa livre Curso As Prisões (a partir de agosto)
2ª quarta-feira, 19h: Aula avulsa para Mecenas
3ª quarta-feira, 19h: aula Curso As Prisões (a partir de agosto)
Último domingo, 19h: Piquenique não-monogamia
Última quarta-feira, 19h: aula Grande Conversa Medieval
não conhecia “filho nativo”. vou procurar por ele.