Poderíamos imaginar que um poema medieval sobre uma viagem ao inferno seria uma narrativa difícil, abstrata, conceitual.
Mas a Divina Comédia de Dante é um texto surpreendentemente concreto e sinestésico. Não estamos em um ambiente diáfano: pelo contrário, tudo é toque, cheiro, som.
(Mais de uma vez os mortos percebem que Dante está vivo porque o barco afunda levemente na água quando ele embarca ou pedrinhas rolam quando ele desce uma ladeira.)
Dante é considerado um dos maiores poetas de todos os tempos justamente por sua inacreditável capacidade de nos colocar bem ali, junto com ele, vendo o que ele vê, sentindo o que ele sente.
No vídeo acima, para tentar empolgar vocês na leitura, faço uma breve apresentação do terceiro canto do Inferno de Dante, enfatizando sua potência e sensorialidade.
(Ouça o vídeo acompanhando a tradução em prosa do meu amigo querido Helder da Rocha, disponível gratuitamente na internet.)
Nesse outro texto, comparo várias traduções da Divina Comédia, para vocês escolherem as que melhor se encaixam nas suas necessidades.
O Inferno de Dante será nossa leitura para a primeira aula do curso Grande Conversa Fundadora, que começa agora no dia 18 de maio. Se você ainda não se inscreveu, dá uma olhada na ementa e me diz o que acha.
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Esse texto faz parte dos guias de leitura para a primeira aula, Dante, do meu curso Grande Conversa Fundadora: as obras que inventaram as línguas literárias modernas. Esses guias são escritos especialmente para as pessoas alunas, para responder suas dúvidas e ajudar em suas leituras. Entretanto, como acredito que o conhecimento deve ser sempre aberto e que esses textos podem ajudar outras pessoas, também faço questão de também publicá-los aqui no site. Para comprar o curso, clique aqui.
Beijo do Alex