É aqui que você vai jogar sua vida fora
"A cidade", poema de Constantínos Caváfis, cantor das oportunidades perdidas e das vidas desperdiçadas.
Constantínos Caváfis (1863-1933), apesar de ser grego e escrever em grego, passou toda a vida em Alexandria, no Egito, como um monótono funcionário público burguês bem comportado. Ao mesmo tempo, vivia tórridos casos de amor homossexuais clandestinos, que depois transformou em alguns dos melhores poemas do século XX.
Assim como Tchecov (meu autor preferido, nascido em 1860 e da mesma geração), Caváfis é o grande cantor da hesitação e da paralisia, das oportunidades perdidas e das vidas desperdiçadas.
(Aliás, lancei um curso novo essa semana, História do Mundo Enquanto Fofoca, que estou vendendo com desconto exclusivo para pessoas leitoras da newsletter, só até sexta, 19nov, aqui.)
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"A cidade", de Constantínos Caváfis
Abaixo, estão 20 diferentes versões desse poema que Caváfis escolheu para abrir sua primeira coleção de poemas publicados. Ou seja, é a porta de entrada de sua obra.
Para mim, como escritor e tradutor, crítico e professor de literatura, nunca cansa de me fascinar de quantas maneiras diferentes podemos dizer as mesmas coisas. Palavras, como não amá-las?
Reparem especialmente em como são traduzidos os últimos dois verbos — pra facilitar, negritei. No original grego, o poema é rimado, no esquema abbccdda. Percebam também quais tradutoras tentar manter esse esquema e quais o abandonaram completamente.
(Escolhi comprar as traduções de Macías e de Herrera & Pothitou, para o espanhol, e a de Mendelsohn, para o inglês. A de Didier, excelente, está gratuita na internet. Nenhuma das traduções para o português me agradou.)
Caváfis foi um dos personagens do romance Justine, de Lawrence Durrel (depois incorporado à tetralogia O Quarteto de Alexandria), onde aparece uma versão "A cidade". Para quem conhece literatura brasileira, o poema também foi usado como epígrafe de Órfãos do Eldorado (2008) de Milton Hatoum.
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Português:
Dizes: "vou para outra terra, vou para outro mar.
Encontrarei uma cidade melhor do que esta.
Todo meu esforço é uma condenação escrita,
E meu coração, como o de um morto, está enterrado.
Até quando minha alma vai permanecer neste marasmo?
Para onde olho, qualquer lugar que meu olhar alcança,
Só vejo minha vida em negras ruínas
Onde passei tantos anos, e os destruí e desperdicei”.
Não encontrarás novas terras, nem outros mares.
A cidade irá contigo. Andarás sem rumo
Pelas mesmas ruas. Vais envelhecer no mesmo bairro,
Teu cabelo vai embranquecer nas mesmas casas.
Sempre chegarás a esta cidade. Não esperes ir a outro lugar,
Não há barco para ti.
Como dissipaste tua vida aqui
Neste pequeno lugar, arruinaste-a na Terra inteira.
Versão de Milton Hatoum em Órfãos do Eldorado, 2008.
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Dizes: “Eu vou para outras terras, eu vou para outro mar.
Hão de existir outras cidades melhores do que esta.
De todo o esforço feito — estava escrito — nada resta
e sepultado qual um morto eu tenho o coração.
Até quando vai minha alma ficar nesta inação?
Onde quer que eu olhe, para onde quer que eu volte a vista,
a negra ruína de minha vida é o que se avista,
eu que anos a fio cuidei de a estragar e dissipar.”
Não acharás novas terras, tampouco novo mar.
A cidade há de seguir-te. As ruas por onde andares
serão as mesmas. Os mesmos os bairros, os andares
das casas onde irão encanecer os teus cabelos.
A esta cidade sempre chegarás. Os teus anhelos
são vãos, de para outra encontrar um barco ou um caminho.
A vida, pois, que dissipaste aqui, neste cantinho
do mundo, no mundo inteiro é que a foste dissipar.”
José Paulo Paes, 1982, Nova Fronteira
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Disseste; «Vou partir para outra terra, vou partir para outro mar.
Uma outra cidade melhor do que esta encontrar-se-á.
Cada esforço meu um malogro escrito está;
e é — como morto — enterrado o meu coração.
A minha mente até quando irá ficar nesta estagnação.
Para onde quer que eu olhe, para onde quer que fite por aí
ruínas negras da minha vida vejo aqui,
onde tantos anos passei e dizimei e dei em estragar.»
Lugares novos não vais encontrar, não encontrarás outros mares.
A cidade seguir-te-á. De volta pelos caminhos errarás
os mesmos. E nos bairros os mesmos envelhecerás;
e dentro destas mesmas casas cobrir-te-ás de cãs.
Sempre a esta cidade chegarás. Para os noutra parte — esperanças vãs —
não há barco para ti, não há partida.
Assim como dizimaste aqui a tua vida
neste pequeno recanto, em toda a terra a vi estragares.
Joaquim Manuel Magalhães, Nikos Pratsinis, 2005, Relógio d'Água
(Estive com esse livro na mão e não comprei só por esse “dizimaste” incrivelmente mal utilizado.)
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Dizes: vou partir
Para outras terras, para outros mares
Para uma cidade tão bela
Como esta nunca foi nem pode ser
Esta cidade onde a cada passo se aperta
O nó corredio: coração sepultado na tumba de um corpo,
Coração inútil, gasto, quanto tempo ainda
Será preciso ficar confinado entre as paredes
Das ruelas de um espírito banal?
Para onde quer que olhe
Só vejo as sombras ruínas da minha vida.
Tantos anos vividos, desperdiçados
Tantos anos perdidos.
Não existe outra terra, meu amigo, nem outro mar,
Porque a cidade irá atrás de ti; as mesmas ruas
Cruzam sem fim as mesmas ruas; os mesmos
Subúrbios do espírito passam da juventude à velhice,
E tu perderás os teus dentes e os teus cabelos
Dentro da mesma casa. A cidade é uma armadilha.
Só este porto te espera,
E nenhum navio te levará onde não podes.
Ah! então não vês que te desgraçaste neste lugar miserável
E que a tua vida já não vale nada,
Nem que vás procurá-la nos confins da terra?
Daniel Gonçalves, em Justine, de Lawrence Durrel, Ulisséia, 1960
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Disseste: "Irei à outra terra, irei a outro mar.
Uma outra cidade há de achar-se melhor que esta.
Cada esforço meu é uma condenação fatal;
e está meu coração - como morto - enterrado.
Meu espírito até quando ficará neste marasmo?
Para onde volte meu olhar, para qualquer lugar que atente
ruínas negras de minha vida vejo aqui,
onde tantos anos passei, e a destruí e a arruinei".
Novos lugares não encontrarás, não encontrarás outros mares.
A cidade te seguirá. Às mesmas ruas voltarás.
E nos mesmos bairros envelhecerás;
e nestas mesmas casas encanecerás.
Sempre a esta cidade chegarás. Quanto a outros lugares—não tenhas esperança—
não há navio para ti, não há caminho.
Assim como destruíste tua vida aqui
neste pequeno recanto, em toda a terra arruinaste-a.
Ísis Borges da Fonseca, 2006, Odysseus
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Disseste: “Irei a outra terra, irei a outro mar.
Há de se encontrar outra cidade melhor que esta.
Cada esforço meu é uma condenação escrita;
e meu coração – como um cadáver – está enterrado.
Até quando meu espírito se encontrará neste marasmo.
Aonde quer que meus olhos se voltem, aonde quer que olhe
vejo as negras ruínas de minha vida aqui,
onde passei tantos anos e destruí e perdi”.
Novos lugares não acharás, não acharás outros mares.
A cidade te seguirá. Retornarás
às mesmas ruas. E nos mesmos bairros envelhecerás
e nestas mesmas casas encanecerás.
Sempre chegarás a esta cidade. Para outro lugar—não esperes—
não há barco para ti, não há caminho.
Assim como arruinaste tua vida aqui
neste pequeno recanto, em toda a terra a destruíste.
Carlos Alberto Gomes dos Santos, 2010
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Você diz: “irei para uma outra terra, para outros mares;
encontrarei outra cidade melhor do que esta.
Qualquer esforço que eu faça está destinado ao fracasso, perdido;
e meu coração – como uma coisa morta – queda enterrado.
Por quanto tempo minha mente continuará se degenerando assim?
Para onde quer que volte meus olhos
onde quer que teimem em pousar
vejo as ruínas negras de minha vida, aqui
onde dissipei tudo, desperdicei e arruinei tantos anos.”
Novas terras você não há de encontrar, não encontrará outros mares.
A cidade o seguirá. Você voltará a percorrer as mesmas ruas.
Envelhecerá na mesma vizinhança; e nestas
mesmas casas há de se tornar grisalho. Você sempre
chegará à mesma cidade. Não tenha qualquer esperança de escapar,
não há nenhum barco à sua espera, nenhuma estrada para fora da cidade.
Assim como você desperdiçou sua vida aqui, neste canto esquecido
desperdiçou-a no mundo todo.
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Espanhol:
Dices «Iré a otra tierra, hacia otro mar
y una ciudad mejor con certeza hallaré.
Pues cada esfuerzo mío está aquí condenado,
y muere mi corazón
lo mismo que mis pensamientos en esta desolada languidez.
Donde vuelvo mis ojos sólo veo
las oscuras ruinas de mi vida
y los muchos años que aquí pasé o destruí».
No hallarás otra tierra ni otra mar.
La ciudad irá en ti siempre. Volverás
a las mismas calles. Y en los mismos suburbios llegará tu vejez;
en la misma casa encanecerás.
Pues la ciudad siempre es la misma. Otra no busques —no la hay—,
ni caminos ni barco para ti.
La vida que aquí perdiste
la has destruido en toda la tierra.
José María Alvarez, Hiperión, 1982.
* * *
Dijiste: «Marcharé a otra tierra, marcharé a otro mar.
Habrá de hallarse en algún sitio una ciudad mejor.
Mas cada intento mío está condenado al error;
sepulto —como muerto— el corazón.
Y cuánto va a durar mi mente en esta confusión.
Dondequiera que mire, que vuelva mis ojos,
solo veo aquí de mi vida los despojos,
y tantos años que pasé y perdí en este lugar».
Lugares nuevos no hallarás, no hallarás otros mares.
La ciudad irá tras de ti. En sus calles pasearás,
las mismas, y en los mismos barrios envejecerás,
se te verá en estas casas acabarte.
Y siempre llegarás a esta ciudad. Para otra parte
—no esperes— no hay barco ya, ni senda para ti.
Lo mismo que tu vida la perdiste aquí,
en esta esquina, la perdiste en todos los lugares.
Rafael Herrera e Anna Pothitou, 2003, Visor
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Dijiste: «marcharé a otra tierra, iré a otro mar.
Otra ciudad habré de hallar mejor que ésta.
Cada empeño que pongo lleva escrito una condena
y está mi corazón, como un muerto, sepultado.
En este declive, cuánto más se obstinará mi mente.
Adonde vuelva los ojos, adonde quiera que mire,
negras ruinas de mi vida es lo que veo aquí,
donde tantos años he pasado, he malgastado y consumido.»
No habrás de hallar nuevos sitios, ni encontrarás otros mares.
Te seguirá la ciudad. Las calles donde deambules
serán las mismas. En estos mismos barrios te harás viejo.
Y mudarás a gris en estas mismas casas.
Siempre vendrás a esta ciudad. A otros lugares —ni lo esperes—
no hay barco para ti, no hay camino.
Igual que malgastaste aquí tu vida, en este rincón menor,
así la has arruinado en el resto de la tierra.
Juan Manuel Macías, 2015, Pre-Textos
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Dijiste: "Iré a otra ciudad, iré a otro mar.
Otra ciudad ha de hallarse mejor que ésta.
Todo esfuerzo mío es una condena escrita;
y está mi corazón - como un cadáver - sepultado.
Mi espíritu hasta cuándo permanecerá en este marasmo.
Donde mis ojos vuelva, donde quiera que mire
oscuras ruinas de mi vida veo aquí,
donde tantos años pasé y destruí y perdí".
Nuevas tierras no hallarás, no hallarás otros mares.
La ciudad te seguirá. Vagarás
por las mismas calles. Y en los mismos barrios te harás viejo
y en estas mismas casas encanecerás.
Siempre llegarás a esta ciudad. Para otro lugar—no esperes—
no hay barco para ti, no hay camino.
Así como tu vida la arruinaste aquí
en este rincón pequeño, en toda tierra la destruiste.
Miguel Castillo Didier, 1991. (Livro completo gratuito.)
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Dijiste: «Iré a otra tierra, iré a otro mar.
Otra ciudad ha de haber mejor que esta.
Cada esfuerzo mio es una condena dictada;
y mi corazón está —como un muerto— enterrado.
¿Hasta cuándo estará mi alma en este marasmo?
Adonde vuelva mis ojos, adonde quiera que mire
veo aquí las negras ruinas de mi vida,
donde pasé tantos años que arruiné y perdí.»
No hallarás nuevas tierras, no hallarás otros mares.
La ciudad te seguirá. Vagarás por las mismas
calles. Y en los mismos barrios te harás viejo;
y entre las mismas paredes irás encaneciendo.
Siempre llegarás a esta ciudad. Para otra tierra —no lo esperes—
no tienes barco, no hay camino.
Como arruinaste aquí tu vida,
en este pequeño rincón, así
en toda la tierra la echaste a perder.
Pedro Bádenas de la Peña, 1982, Alianza
* * *
Inglês:
You said: 'I'll go to another land, I'll go to another sea,
Another city will be found, a better one than this.
My every effort is doomed by destiny
and my heart-like a dead man-lies buried.
How long will my mind languish in such decay?
Wherever I turn my eyes, wherever I look,
the blackened ruins of my life I see here,
where so many years I've lived and wasted and ruined.'
Any new lands you will not find; you'll find no other seas.
The city will be following you. In the same streets
you'll wander. And in the same neighbourhoods you'll age,
and in these same houses you will grow grey.
Always in this same city you'll arrive. For elsewhere—do not hope—
there is no ship for you, there is no road.
Just as you've wasted your life here,
in this tiny niche, in the entire world you've ruined it.
Evangelos Sachperogloll, 2007, Oxford World Classics
* * *
You said: “I’ll go to another country, go to another shore,
find another city better than this one.
Whatever I try to do is fated to turn out wrong
and my heart lies buried as though it were something dead.
How long can I let my mind moulder in this place?
Wherever I turn, wherever I happen to look,
I see the black ruins of my life, here,
where I’ve spent so many years, wasted them, destroyed them totally.”
You won’t find a new country, won’t find another shore.
This city will always pursue you. You will walk
the same streets, grow old in the same neighborhoods,
will turn gray in these same houses.
You will always end up in this city. Don’t hope for things elsewhere:
there is no ship for you, there is no road.
As you’ve wasted your life here, in this small corner,
you’ve destroyed it everywhere else in the world.
Edmund Keeley and Philip Sherrard, 1975, Princeton UP
* * *
You said: “I’ll go to some other land, I’ll go to some other sea.
There’s bound to be another city that’s better by far.
My every effort has been ill-fated from the start;
my heart—like something dead—lies buried away;
How long will my mind endure this slow decay?
Wherever I look, wherever I cast my eyes,
I see all round me the black rubble of my life
where I’ve spent so many ruined and wasted years.”
You’ll find no new places, you won’t find other shores.
The city will follow you. The streets in which you pace
will be the same, you’ll haunt the same familiar places,
and inside those same houses you’ll grow old.
You’ll always end up in this city. Don’t bother to hope
for a ship, a route, to take you somewhere else; they don’t exist.
Just as you’ve destroyed your life, here in this
small corner, so you’ve wasted it through all the world.
Daniel Mendelsohn, 2009, Knopf
* * *
You said: I will go to another land. I will go to another sea.
There will be another city, better than this one.
Everything I try is found guilty as charged.
My heart—like a corpse—is buried.
How long am I to wither ?
Wherever I look, wherever I glance,
I am looking at black ruins of my life here,
Where I spent, wrecked, lost so many years.
You will not find new places. You will not find other seas.
The city will follow you. You will turn the same
streets, in the same neighborhoods grow old,
In the same houses your hair will turn white.
You will always arrive in this city. As for elsewhere, do not hope .
There is no boat for you. There is no road.
The way you wrecked your life here
In this little corner, you lost it in all the world.
Alan L. Boegehold, 2008, Axios
* * *
You said: ‘I will go to another land; I will try another sea.
Another city will turn up, better than this one.
Here everything I do is condemned in advance
and my heart – like a dead man’s – lies buried.
How long can my mind remain in this swamp?
Wherever I turn, wherever I look, I gaze
on the ruins of my life here, where I’ve spent
and botched and wasted so many years.’
You will find no new land; you will find no other seas.
This city will follow you. You will wander the same
streets and grow old in the same neighbourhoods;
your hair will turn white in the same houses.
And you will always arrive in this city. Abandon any hope
of finding another place. No ship, no road can take you there.
For just as you’ve ruined your life here
in this backwater, you’ve destroyed it everywhere on earth.
* * *
You said, “I’ll go to another land, I’ll go to another sea.
I’ll find a city better than this one.
My every effort is a written indictment,
And my heart — like someone dead — is buried.
How long will my mind remain in this decaying state.
Wherever I cast my eyes, wherever I look,
I see my life in black ruins here,
Where I spent so many years, and ruined and wasted them."
You will not find new lands, you will not find other seas.
The city will follow you. You will roam
The same streets. And you will grow old in the same neighborhood,
And your hair will turn white in the same houses.
You will always arrive in this city. Don’t hope for elsewhere -
There is no ship for you, there is no road.
As you have wasted your life here,
In this small corner, so you have ruined it on the whole earth.
* * *
You said, "I will go to another land, I will go to another sea.
Another city will be found, better than this.
Every effort of mine is condemned by fate;
and my heart is-like a corpse-buried.
How long in this wasteland will my mind remain.
Wherever I turn my eyes, wherever I may look
I see the black ruins of my life here,
where I spent so many years, and ruined and wasted."
New lands you will not find, you will not find other seas.
The city will follow you. You will roam the same
streets. And you will age in the same neighborhoods;
in these same houses you will grow gray.
Always you will arrive in this city. To another land—do not hope—
there is no ship for you, there is no road.
As you have ruined your life here
in this little corner, you have destroyed it in the whole world.
* * *
You said: “I’ll find a new land, find another sea—
A new city’ll turn up, a better one than this.
Every effort I make is condemned, turns out amiss,
While my heart, like a corpse, lies buried deep,
And my mind—how long will my mind stay sunk in stagnant
sleep?
Here, wherever I look, wherever I turn my gaze
I see the blackened wreck of all my days,
So many years spent, ruined, lost by me.”
There are no new places you’ll find, you’ll catch no other tide.
This city will follow you. The streets you tread
Will be the same, it’s in these same houses your head
Will turn grey, in the same neighborhoods that you’ll age.
Always you’ll end up in this city. Don’t hope to turn the page
To an Elsewhere for which there’s no ship for you, no road
shows clear.
Just as you destroyed your life back here
In this tiny retreat, so you ruined it world-wide.
* * *
Se gostou da brincadeira, nesse link tem várias traduções de outro dos principais poemas de Caváfis, “Ítaca”.
Um beijo do Alex,